As edificações do Centro do Rio de Janeiro sempre são lembradas como exemplos de boa arquitetura. No entanto, poucos prédios se tornaram marcos da construção civil. O Edifício Gustavo Capanema é um desses raros casos.
Localizado na Rua da Imprensa, número 16, o prédio já foi (e em alguns casos continua sendo) chamado de Edifício do MES – Ministério da Educação e da Saúde – e Ministério da Educação e Cultura (MEC). Ainda há os que se referem à construção como Palácio Capanema.
Palácio ou Edifício, o “Capanema” é uma homenagem a seu idealizador, Gustavo Capanema, ministro da Educação e Saúde Pública durante o governo de Getúlio Vargas.
Projetada por uma equipe composta por Lucio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos, Jorge Machado Moreira e pelo paisagista Roberto Burle Marx, com a consultoria do arquiteto franco-suíço Le Corbusier, a obra do Edifício Gustavo Capanema, que começou em 1936 e terminou em 1947, não poderia ter tido melhor resultado.
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Independentemente do estilo arquitetônico, a Sergio Castro Imóveis sempre defenderá edificações que colaboram ainda mais para a beleza da Cidade Maravilhosa
“Nele [Edifício Gustavo Capanema] aparecem com uma exuberância jamais vista os princípios de Le Corbusier: a implantação dos blocos no centro do terreno e a elevação sob pilotis, liberando o nível térreo para uma grande praça; a utilização de brises-soleil, brises horizontais e móveis, que não enclausuram o edifício; a estrutura independente etc. Aparece também pela primeira vez na arquitetura do Movimento Moderno a decoração de paredes, tradicional de nossa arquitetura colonial, nos belos painéis de Portinari. Um marco da arquitetura brasileira e mundial” opina o site especializado Coisas da Arquitetura.
O Edifício foi erguido em uma época que governo Vargas tinha como proposta modernizar as construções do país. Esse fato, somado à forma como o prédio foi idealizado, amplificou a importância histórica do Gustavo Capanema.
Houve certa polêmica no momento de se escolher o projeto que guiaria a constrição do prédio para abrigar o então Ministério da Educação e da Saúde. Quem venceu o concurso para a escolha do desenho da edificação foi o arquiteto Archimedes Memoria. Contudo, Gustavo Capanema achou que a ideia de Archimedes não estava de acordo com os planos do governo de uma obra mais moderna. Então, mesmo legitimando a ideia de Memoria e lhe pagando pela vitória no concurso, Capanema chamou Lúcio Costa para montar uma nova equipe e refazer o projeto.
“A construção do MES, durante o Estado Novo, antecipou a invenção de Brasília no final da década de 50 e sinalizou a apropriação da arquitetura modernista como a função simbólica de uma nova projeção do Brasil” diz Beatriz Jaguaribe no livro Fins de Século – Cidade e Cultura no Rio de Janeiro.