Por André Duarte
No dia 21 de setembro de 1711, uma expedição francesa sob o comando do famoso corsário. Francês René DuGuay-Trouin, “seqüestra” a Cidade do Rio de Janeiro após nove dias de cerco. Você não está lendo errado, ele capturou mesmo toda a cidade, que tinha na época cerca de doze mil habitantes. O grave é que era a nossa. E ainda mais grave a quantia pedida: dois milhões de libras francesas, praticamente o resgate de um Rei.
DuGuay-Trouin não era um pirata, era um corsário. Na prática era a mesma coisa, com a diferença que ele tinha “autorização” do Rei da França para isso. Isso mesmo, ele tinha uma “Carta de Corso”, ou seja, um documento que garantia o direito de pilhar navios e tesouros inimigos. Nesta época Portugal era aliada da Inglaterra, e por tabela inimiga da França. Com isso o Brasil, colônia de Portugal, era um alvo em potencial.
A Frota de Du Guay partiu para o Brasil em junho de 1711. Apesar do aviso de um navio britânico que conseguiu fazer a travessia em menos tempo, quando a Frota chegou no dia 12 de setembro os Fortes da cidade estavam praticamente desguarnecidas. O vento favoreceu o ataque relâmpago, pois permitiu aos navios do corsário que atravessassem sem ser alvejados pelos canhões localizados na entrada da Baía de Guanabara.
No dia 21 de setembro pela manhã, DuGuay-Trouin, que vinha ameaçando queimar a cidade ordena ataque. Ao cair da tarde o Rio de Janeiro havia sucumbido, apesar das escaramuças continuarem até cerca de 09 de outubro.
Finalmente no dia 28 de outubro de 1711, os portugueses, com a ameaça direta de ter a cidade queimada, optam por pagar o resgate. Na realidade parte dele, o que satisfez os franceses. Para se ter uma idéia, parte do resgate era composto por 600 quilos de ouro.
No dia 13 de novembro de 1711, a Cidade do Rio de Janeiro, castigada pela chuva de ferro e fogo dos canhões, assiste ao término do primeiro seqüestro ocorrido em suas terras.