Esta semana o Rio de Janeiro está recebendo a filmagem de dois futuros blockbusters. Primeiro chegou a equipe de Velozes e Furiosos 5, com Vin Diesel e Paul Walker, afinal a história se passa no Rio de Janeiro.
E amanhã chega o elenco da saga Crepúsculo, para cenas do filme Amanhecer. Os astros Kristen Stewart e Robert Pattinson vão gravar cenas em Paraty e na Lapa. No livro o casal Bella e Edward passam sua lua de mel na Ilha Esme que fica no litoral de nossa cidade.
Para quem não sabe, sobre Velozes e Furiosos 5, a maioria das cenas que passam no Rio de Janeiro foram gravadas na verdade em Porto Rico. A razão é o incentivo fiscal dado para as filmagens no país. A Veja on-line fez uma boa matéria sobre o assunto, comentando que o estado e o município dão atrativos fiscais mas os impostos federais, altíssimos, acabam afastando as produções internacionais. E pensar que o Governo Federal ainda quer voltar com a CPMF… Em Porto Rico 40% do gasto voltou em forma de incentivo fiscal.
E, como disse, a matéria o Rio perde muito, ou deixa de ganhar, quando há essa mudança. Leia um trecho:
A escolha da cidade como cenário de Velozes e a perda da maior parte das gravações para outra locação é, para os produtores, para o turismo e para a imagem da cidade, um sinal de que o Brasil tem falhado na estratégia de atrair produções cinematográficas. E acaba perdendo, com isso, bem mais que os valores deixados durante a produção. Cinema é, em última análise, a melhor forma de divulgar mundo afora as qualidades e a cultura de um lugar – sem gastar um centavo que seja em publicidade.
A versão ‘carioca’ da série de filmes de ação é um ótimo exemplo de como o Rio perde – ou, no mínimo, deixa de ganhar. Depois de acertadas locações na cidade, guias para transporte de veículos e armas cenográficas, os produtores locais receberam a notícia: o filme mudara de endereço para Porto Rico, onde os incentivos ficais federais ajudam os investidores a economizar alguns milhares de dólares.
Não adianta alguém aqui dizer que a culpa é dos produtores. O filme é um produto caríssimo e precisa ser lucrativo, onde eles puderem economizar tem de ser feito. Cabe ao nosso país repensar a questão fiscal.
Foto: Odeon por Priscilla Santos