Os seis hospitais federais do Rio vão passar por uma espécie de intervenção do Ministério da Saúde a partir desra segunda-feira(18/03). A pasta criou um comitê para discutir de forma mais ampla a reformulação da rede. Também preparou um edital para contratar 500 profissionais.
A ministra Nísia Trindade vinha sofrendo ataques nas últimas semanas por causa de uma portaria que centraliza cargos e funções no Departamento de Gestão Hospitalar. A deliberação faz com que a direção de cada um dos seis hospitais federais do Rio (Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores do Estado) perca a autonomia da gestão, que ficará centralizado nas mãos do departamento. Por exemplo: as unidades não poderão mais efetuar compras por conta própria, e o Departamento de Gestão Hospitalar passa a realizar as aquisições de forma unificada, no atacado.
Com essa espécie de intervenção, a portaria será implementada com mais calma. Inicialmente ela entraria em vigor no dia 14 de março, depois foi adiada para 8 de abril e agora com prazo menos rígido para entrar em voga.
O secretário nacional de Atenção Especializada à Saúde, Helvécio Magalhães, foi designado para chefiar o novo comitê, que tem ainda o DGH, diversos setores da pasta e a superintendência do Rio.
Entre os pontos da portaria, a maior alteração envolve as compras realizadas pelos hospitais. No modelo atual, cada unidade tem autonomia quase total, o que acaba encarecendo produtos e despadronizando a rede.
Apesar de delegar todos os poderes, a portaria do Ministério da Saúde não trata a criação de um comitê gestor como uma intervenção. Porém, Helvécio terá poderes de gestor pelos próximos 30 dias, podendo ser prorrogável pelo mesmo período.