Hotel Quitandinha será reaberto com uma rica programação cultural e gastronômica

No último dia 14, o Sesc-RJ, proprietário de parte do hotel, inaugurou oficialmente o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ)

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Foto: Antonio Pinheiro

Sinônimo de luxo e glamour quando foi inaugurado, em 12 de fevereiro de 1944, o Hotel-Cassino Quitandinha, localizado na Cidade Imperial de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, terá parte do seu espaço oficialmente dedicado a atividades artísticas, como shows e exposições de longa duração. Para quem gosta de cinema, o Quitandinha também ganhará salas de exibição, a partir do ano que vem.

As iniciativas são do Serviço Social do Comércio do Rio de Janeiro (Sesc-RJ), que comprou a parte administrativa do Palácio, em 2007, e a transformou em um importante ponto cultural de cidade serrana. Desde então, são realizadas visitas guiadas por corredores e salões da edificação, além das exposições e apresentações culturais.

Na última sexta-feira (14), foi inaugurado oficialmente o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), o qual passa a abrigar também um bistrô, um café e uma butique. Em 2024, está prevista a inauguração de um mercado gastronômico, no local onde funcionava a cozinha do Hotel-Cassino Quitandinha.

“O presente é o resultado da nossa história, e ao longo dos anos passamos a virar às costas um pouco ao valor histórico dessa construção. Temos focado muito nisso, não só em espaços nossos, mas também em atividades empresariais históricas”, afirmou o presidente do Sesc e do Fecomércio-RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior, ao Estadão, acrescentando que as instituições têm se empenhado em resgatar o patrimônio histórico do Rio de Janeiro, mantendo a essência dos lugares, como Casa Villarino, no Centro do Rio, e o casarão onde morou Frederico Figner, pioneiro da indústria fonográfica no Brasil, no bairro no Flamengo, Zona Sul da cidade, que foi transformado em um centro cultural.

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Sobre o Villarino, Queiroz Junior lembrou da sua importância como o berço da Bossa Nova, ritmo conhecido e admirado no mundo inteiro. Antonio Florencio destacou ainda que um local com tamanho valor histórico não poderia continuar fechado, como estava.

“O restaurante Villarino assumimos porque ele havia fechado, e exatamente para resgatar a história. A Bossa Nova foi criada lá, é um ícone do nosso País. O Brasil no mundo inteiro é conhecido pela Bossa Nova, e não poderíamos nunca deixar que o nascedouro fechasse. Esse é um foco muito grande nosso. Queremos convidar as pessoas a valorizarem cada vez mais o que foi construído ao longo dos anos e que transformou a nossa sociedade ao longo de sua história”, disse Florencio ao jornal.

Um pouco da história do Quitandinha

Inaugurado na primeira metade do Século XX, o Hotel-Cassino Quitandinha foi uma idealização de Joaquim Rolla, que queria fazer do lugar o maior hotel-cassino da América Latina, atraindo personalidades de prestígio do mundo inteiro. Rolla foi um dos maiores empreendedores do seu tempo, chegando a contar com cassinos no Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O Quitandinha foi construído a partir de um lance de ousadia de Joaquim Rolla, já que o panorama internacional passava por uma séries crises desencadeadas pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A ideia, ao construir o palácio, era oferecer uma edificação e uma vida de luxo diante de um ambiente de escassez internacional.

A obra prima de Rolla, que foi erguida em uma área de fazenda, demorou três anos para ser concluída, atraindo rapidamente personalidades nacionais e internacionais. Foi no Quitandinha que presidente Getúlio Vargas, que tinha um quarto próprio no hotel, assinou a declaração de guerra contra o Eixo, integrado por Alemanha, Itália e Japão. Nos anos posteriores, o hotel receberia as maiores celebridades do mundo, como: Orson Welles, Lana Turner, Greta Garbo, Walt Disney, entre muitos outras. Martha Rocha ganhou a sua coroa como Miss Brasil, no Quitandinha, em 1954. O hotel sediou outros concursos do gênero nos anos seguintes.

Construído com uma arquitetura europeia, complementada por uma decoração em estilo hollywoodiano, o palácio era uma celebração à riqueza e à excentricidade – uma piscina térmica e uma praia artificial, com areia de Praia de Copacabana, foram construídas em frente ao Quitandinha. A cúpula de um dos salões da edificação era a segunda maior do mundo, com 30 metros de altura e 50 de diâmetro.

O empreendimento como cassino funcionou por pouco tempo, graças à aplicação do decreto-lei 9.215, por parte do presidente Eurico Gaspar Dutra, 30 de abril de 1946, com a alegação de que os jogos de azar seriam degradantes para o ser humano. Com a medida, o Quitandinha continuou a funcionar somente com um hotel de luxo. Em 1954, todos os seus apartamentos foram vendidos para que a edificação fosse transformada em um condomínio, tendo o palácio sido inteiramente negociado nove anos depois.

As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

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