O Rio de Janeiro figura entre os três municípios mais influentes do país, ao lado de São Paulo e Brasília, segundo a pesquisa Gestão do Território 2024, divulgada nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento considera a capacidade de articulação política e econômica dos municípios a partir da presença de sedes de empresas e instituições públicas com atuação nacional.
O estudo mostra que o Rio ocupa a segunda posição em influência empresarial no Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo. Em termos de gestão pública, a cidade está entre os centros de maior hierarquia, resultado da permanência de órgãos federais e estaduais, mesmo após a transferência da capital federal para Brasília em 1960.
Segundo o IBGE, o município reúne uma ampla rede de instituições públicas, como o próprio instituto, além de unidades do INSS, da Receita Federal, Justiça do Trabalho, Federal e Eleitoral, e secretarias estaduais de Educação e Saúde.
Na esfera empresarial, o Rio também mantém papel relevante. Empresas sediadas na cidade empregam atualmente 486.696 pessoas em filiais fora do município, o segundo maior número do país, atrás apenas de São Paulo. No entanto, em comparação com a edição anterior da pesquisa, de 2012, houve uma queda de 18,2% nesse total, sinalizando uma retração da influência econômica do Rio em outros territórios.
Mesmo assim, a capital fluminense segue como uma das cidades com maior peso na organização territorial brasileira. O IBGE destaca que o Rio ocupa o segundo lugar tanto na gestão pública quanto na empresarial, o que reforça sua posição estratégica nas redes nacionais de decisão.
“Essa classificação é coerente com o fato de São Paulo ser a principal centralidade da gestão empresarial; Brasília representar a principal centralidade da gestão pública; e Rio de Janeiro figurar, em segundo lugar, tanto na gestão empresarial como na gestão pública”, explica o instituto.
A pesquisa analisou dados de 2020 e 2021 a partir do Cadastro Central de Empresas, também produzido pelo IBGE, e mapeou 113 mil empresas “multilocalizadas” – aquelas com sede em uma cidade e filiais em outras. Embora representem apenas 2,18% do total de empresas no Brasil, essas corporações estão presentes em 99,9% dos municípios e exercem papel central nas dinâmicas territoriais do país.
A análise do IBGE revela ainda que cidades com grande concentração de instituições públicas tendem a atrair empresas interessadas em fornecer serviços e produtos ao Estado, e, por outro lado, centros urbanos com forte presença empresarial demandam maior oferta de políticas públicas. O Rio de Janeiro, neste cenário, se destaca por ser um dos poucos municípios brasileiros onde esse equilíbrio entre gestão pública e privada se mantém relevante em escala nacional.