Um levantamento do Departamento Histórico do América atesta: com 211 gols marcados, Edu Coimbra é o maior artilheiro da trajetória do clube, em seus mais de 118 anos. São sete gols a mais que outro expoente rubro: Luisinho Lemos, que anotara 204. O documento foi recuperado pelo pesquisador e profissional de controladoria catarinense Sílvio Köhler, que esmiuçou a carreira do craque. O trabalho está documentado em “Edu Extraordinário”, livro que será lançado neste sábado, (26/11), às 13h, no restaurante Brasa Gourmet.
Como jogador, Edu chegou à seleção brasileira em 1967, para a disputa da Copa Rio Branco, contra o Uruguai. Acabaria campeão desta, que foi a primeira competição disputada após o fracasso da seleção na Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966, com eliminação na primeira fase. Integrou ainda a lista dos 40 pré-selecionados por João Saldanha para a Copa do Mundo de 1970, ao lado de outros dois americanos: o zagueiro Alex Kamianecky e o lateral-esquerdo Zé Carlos.
O feito ocorreu em meio ao bom desempenho que tornaria Edu artilheiro do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Brasileirão da época, com 14 gols.
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“Esse levantamento do Departamento Histórico existe desde 2004 e, dez anos depois, Edu foi certificado oficialmente desses números. Mas, por uma questão de discrição, nunca os exaltou pessoalmente. A obra é uma reparação que busca fazer justiça à importância e contribuição dele ao clube que ama e ao futebol brasileiro”, afirma Köhler.
Assim como outras Feras do Saldanha, o trio americano não seria levado por Zagallo ao México, o que abriu espaço para um gama de debates sobre a pertinência da convocação final e a de intervenções do governo sobre a escolha. No entanto, como os nomes foram enviados pela CBD à Fifa, as estrelas rubras ficaram à disposição do treinador para reposição de eventuais cortes por lesão e se consideram tricampeãs mundiais.
TÉCNICO DA SELEÇÃO
Ter atuado por uma década pelo América tornou Edu um jogador muito identificado com o clube, o que se intensificou com a artilharia e reforçou a mística da camisa 10 em Campos Sales. As passagens por Vasco e Flamengo estão bem vívidas na memória da torcida carioca. Ele não se afastaria do futebol, e nem mesmo do clube, aos 34 anos, quando pendurou as chuteiras após breve passagem pelo Campo Grande.
Em 1982, começou a carreira de treinador no time de juniores do América. Logo chegaria ao grupo principal, substituindo Dudu, tio do treinador Dorival Júnior, que conquistara pouco tempo antes o Torneio dos Campeões. Em boa campanha de recuperação, o elenco rubro conquistou com Edu a primeira edição da Taça Rio. O desempenho chamou a atenção do Vasco, que o convida a assumir o comando da nau cruzmaltina em 1984.
Com o time de São Januário, seria vice-campeão brasileiro logo no ano de estreia. A ascensão meteórica rendeu o convite de Giulite Coutinho, presidente da CBF, para ser treinador da seleção brasileira por três jogos, em substituição a Carlos Alberto Parreira. Uma tabela indigesta de amistosos contra campeões mundiais o aguardava em um intervalo de 11 dias: derrota por 2 a 0 para a Inglaterra, empate sem gol com a Argentina e vitória por 1 a 0 sobre o Uruguai.
Sobre a passagem pela seleção como treinador, o próprio Edu relembra o momento. “Foi muito gratificante e um reconhecimento ao momento que eu vivia na nova função. Mas eu era um treinador ainda em início de carreira e o acordo foi realmente apenas para esses três jogos, que aconteceram aqui no Brasil. Ao longo de minha carreira eu procurei fazer o melhor, e acredito ter feito. Por isso fico muito feliz e emocionado com homenagens como essa”, afirma.
RELAÇÃO FAMILIAR
A obra documenta ainda a intimidade do lar dos Coimbra, em Quintino, de onde saíram cinco jogadores de futebol profissional. Se, em muitos redutos, aos 75 anos, Edu é apontado como irmão mais velho de Arthur Antunes Coimbra, o Zico, que assina o prefácio da obra, Sílvio Köhler explica que, por muito tempo, a história foi bem diferente.
“Edu é mais velho e era craque. Sendo assim, até que Zico se estabelecesse, tivesse oportunidades e fosse reconhecido por seu talento, a crônica e as torcidas se referiam ao Galinho de Quintino como irmão do Edu. O livro destaca também a relação dos caçulas com o primogênito Antunes, a quem eles consideram como mestre”, afirma o escritor.
Até hoje, aos 75 anos, Edu Coimbra mora no mesmo endereço histórico da família, que projetou internacionalmente o bairro de Quintino, na Rua Lucinda Barbosa. Mais do que uma merecida homenagem ao craque, o lançamento será uma rara oportunidade de congraçamento de uma torcida a quem os bons momentos têm sido negados e que sofre, principalmente, por ter boa memória.
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SERVIÇO
26/11, às 13h
Restaurante Brasa Gourmet
Rua Mariz e Barros 881, 2º andar, Tijuca.
O local conta com estacionamento e espaço kids.
Texto de Stéfano Salles – jornalista, torcedor do America e coordenador do Museu da Memória Americana.