Igreja da Rua do Ouvidor, restaurada, volta a celebrar missas que são tradição de séculos

Reaberta em 10 de junho, a Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores conta com um diversificado e bem elaborado calendário de serviços religiosos e culturais, e retorna com tradições de séculos como a missa de Santana e São Joaquim

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Dom Orani Tempesta na Missa de Reabertura da Igreja da Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores - Foto Daniel Martins/DIÁRIO DO RIO

Após passar por uma ampla revitalização, a Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, localizada na Rua do Ouvidor, nº 35, Centro da capital fluminense, volta a oferecer a cariocas e fluminenses um diversificado e bem elaborado calendário de serviços religiosos e culturais. Aos poucos, a joia católica, que ficou quase quatro anos fechada, retoma os ofícios dos ritos tradicionais da religião. No dia 26, a voltará a ser celebrada anualmente a Missa dos Avós. A Missa Votiva de Nossa Senhora das Graças, que era oficiada mensalmente, também voltará ser celebrada todo dia 27 de cada mês.

O órgão da igreja, que data de 1873, também foi meticulosamente restaurado. O instrumento será usado durante as celebrações, na quais serão apresentados concertos de música barroca sob a regência do prestigiado maestro Marcos Paulo. Os fiéis que comparecerem à Missa Votiva de Nossa Senhora das Graças, que começará às 10h, poderão depositar em uma pequena urna perto do altar todos os seus pedidos, que serão queimados pelo padre na sacristia em um momento de oração, ao término da missa. O ritual é praticado há 100 anos no templo.

A igreja, que é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi reaberta graças ao empenho do empresário do ramo imobiliário Cláudio André Castro, que foi nomeado pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, comissário administrativo da Irmandade com a missão de trazer vida à igreja, construída, em 1747, em um oratório dedicado à Nossa Senhora da Lapa, diante do qual os comerciantes locais se reuniam para rezar. A retomada das celebrações, segundo Castro “é uma tradição que a igreja sempre teve e parou com a pandemia”, disse ao jornal O Dia.

A Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores tem em suas laterais as imagens dos avós de Jesus Cristo, os santos São Joaquim e Santana – as imagens são consideradas as mais belas da cidade. A celebração da Missa dos avós, além de tradicional, representa uma belíssima homenagem aos valores tradicionais da família, representada na figura de São Joaquim e Santana.

Advertisement

Cláudio André Castro, que é diretor da Sérgio Castro imóveis, explicou ao veículo que, desde o século XVIII, a Festa de Santana e São Joaquim era realizada na cidade, mas a celebração foi interrompida, em 1950. “Quisemos retomar. Faremos sempre com o órgão e o maestro Marcos Paulo”, disse o empresário.

Reaberta em 10 de junho deste ano, na Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores passou a ser oficiada a milenar missa tridentina – rezada em latim -, aos sábados e domingos, com a belíssima participação do Astorga Coral e Orquestra, da cantora Juliana Sucupira, que conduz o belíssimo espetáculo, sempre lotado por cariocas e fluminenses de todas as idades.

“A missa é sempre solene. Tem sempre uma produção na entrada, exatamente como era feito no século XIX e início do século XX, com flores naturais, como se fosse um casamento. É uma homenagem ao que era feito na igreja até 1960. Em 1962, a igreja não fez mais esse evento”, explicou o comissário da Irmandade, lembrando que, durante a semana, as missas são todas celebradas em português. As celebrações acontecem sempre às 8h.

Para reabrir o templo, Cláudio André Castro tem se dedicado a uma criteriosa pesquisa histórica sobre a edificação e as práticas religiosas e culturais ali desenvolvidas ao longo tempo. Uma das tradições católicas é o toque dos sinos das igrejas de hora em hora. A tradição foi retomada por Castro, que providenciou a restauro do sino da igreja. Outra joia histórica, presente no templo, é o relógio da fachada da igreja, que está parado desde 1922. Mas Cláudio André já adiantou: “Nós conseguimos patrocínio e vamos botar para funcionar pela primeira vez em 101 anos até o mês de setembro”, afirmou ao jornal O DIA.

A administração da igreja guarda uma bala de canhão, que atingiu a sua torre, em 1893, durante a Revolta da Armada. Com o choque, a imagem de Nossa Senhora da Fé caiu de uma altura de 25, tendo quebrado apenas parte de dedos da mão, o que foi considerado um milagre, na época. Atualmente, as imagens de Nossa Senhora da Fé e a que recebia orações dos mercadores, antes mesmo da construção da igreja, estão preservadas e guardadas em uma sala no interior do templo. Outra relíquia pertencente à igreja é um medalhão com a coroação da Virgem Maria, todo trabalhado em mármore e localizado na parte superior da fachada da edificação. A obra foi encontrada, no século XIX, durante escavações no terreno da igreja.

Programação:

De segunda à sexta-feira, das 9h às 18h, são realizadas visitações turísticas da nave e altares laterais do templo. Não há serviço nem visitação nos feriados. Os interessados em conhecer a sacristia e o átrio de Nossa Senhora da Fé, podem comparecer à igreja nos dias úteis, das 9h às 14h, aos sábados de 9h às 17h, e aos domingos das 9h às 16h. Não há visitação nos horários das missas.

As informações são do jornal O Dia.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Igreja da Rua do Ouvidor, restaurada, volta a celebrar missas que são tradição de séculos
Advertisement
lapa dos mercadores 2024 Igreja da Rua do Ouvidor, restaurada, volta a celebrar missas que são tradição de séculos
Advertisement

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui