A ousadia do poder paralelo no Rio de Janeiro supera até a força divina. A nova ação dos criminosos aconteceu nesta semana, no bairro de Quintino, na Zona Norte do Rio, quando traficantes ordenaram que as missas na Igreja de São Jorge fossem suspensas. A determinação dos bandidos aconteceu em meio a disputas territoriais entre o tráfico e a milícia. A informação foi divulgada pelo jornalista Ancelmo Gois.
Segundo informou o padre da paróquia, Dirceu Rigo, a ordem para fechar a igreja veio por mensagens de WhatsApp de fiéis e alguns comunicados, pessoalmente, de que o tráfico mandou fechar tudo.
“Todo o comércio está fechado por aqui: Faetec, clínica da família. Eles (traficantes) mandaram, a gente fechou a igreja. Ligamos para a polícia para saber como proceder, pois isso nunca tinha acontecido aqui. O policial disse que eu tinha toda a liberdade, mas que seria prudente fechar. Seria melhor. Então, hoje, como todo dia 23, dia de São Jorge, a gente tem três missas: 9h, 17h e 19h. Reunimos mais 2 mil fiéis aqui. Só consegui rezar a primeira, mesmo assim, ouvimos tiros”, disse ao jornal O Globo.
Tradicionalmente todo dia 23, em alusão ao dia do padroeiro da paróquia, três missas são celebradas às 9h, 17h e 19h para os devotos de São Jorge. As celebrações costumam reunir até 2 mil pessoas. Padre Dirceu conta que durante a celebração da manhã desta sexta-feira, os fiéis ficaram assustados com os tiroteios:
“Havia cerca de 300 pessoas na igreja naquele momento. Elas ficaram muito assustadas. Foi quando eu levantei a hóstia, no momento da consagração, eu disse para todos que Jesus estava conosco. Os tiros cessaram e só recomeçaram após a missa. Foi algo impressionante”! — concluiu o padre.