Igreja histórica que recebeu D. João VI sofre furto noturno na rua Uruguaiana, no Centro

A igreja do Rosário teve sua mesa de som roubada por gatunos numa noite de sábado. Invasões têm ocorrido, à noite, na região da uruguaiana, e agora a Igreja inicia uma campanha para adquirir novo equipamento.

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Igreja Nossa senhora do Rosario, na Uruguaiana - Foto: Daniel Martins/Diário do Rio

Era mais uma madrugada no Centro do Rio de Janeiro, mais precisamente na rua Uruguaiana, que se tornou uma espécie de circo de ilegalidades e desordem urbana. O padre Edmar Augusto Costa – uma espécie de celebridade do centro do Rio, que conquista a todos com sua alegria, bom humor e liturgia – preparava-se para dormir no penúltimo sábado (1/9) e acordou com um barulho dentro de sua igreja, a Nossa Senhora do Rosário, primeiro templo visitado por Dom João VI em sua chegada ao país em 1808. Correu até a nave da Igreja e presenciou criminosos terminando de carregar todo o equipamento de som da Irmandade; conseguiu – é um homem grande – colocar os bandidos pra correr, mas não sem perder alguns equipamentos vitais para a condução das celebrações.

A região do Centro tem sofrido seguidamente com invasões e arrombamentos na madrugada, normalmente de moradores de rua em busca de materiais metálicos para vender a algum dos vários ferros velhos que ilegalmente operam na região Central. Na rua Gonçalves Dias, estas invasões têm sido freqüentes, assim como na região da Praça Tiradentes.

Campanha

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A Igreja – que precisa da mesa de som, principal peça subtraída pelos criminosos – está fazendo uma campanha para adquirir uma nova. O PIX (21) 98115-0750, do próprio sacerdote, está recebendo doações que possam contribuir para que a igreja recomponha seu sistema de som.

A Igreja Histórica

Em 1708, a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos recebeu o terreno onde está situada a igreja na então Rua da Vala (atual Rua Uruguaiana). De 1737 a 1808, o local sediou a catedral da cidade.

Ali foram realizadas diversas sessões do Senado da Câmara às vésperas da Independência. Em 1822, foi redigida no local a representação popular que culminou no icônico ”Dia do Fico”. Além disso, esta foi a igreja que o principe regente foi visitar no dia em que chegou ao Rio. Ademais, no século XIX, a igreja foi um dos mais importantes cenários do movimento abolicionista, congregando figuras como José do Patrocínio, Luiz Gama, entre outros. A irmandade dona da Igreja financiava o pagamento de cartas de alforria para escravos, dedicando-se a libertar milhares de cativos.

Após problemas financeiros da Irmandade, o lindo templo ficou fechado por 2 anos e 9 meses, e foi até usado como depósito de camelôs, até ter finalmente a sua posse entregue à Arquidiocese do Rio. Recentemente, a subprefeitura do Rio demoliu barracos que haviam sido construídos ilegalmente, colados na sua fachada lateral em cantaria cheia de detalhes; o Iphan e a Arquidiocese pleiteavam a tempos a remoção da edificação pustulosa. A bonita igreja – que pegou fogo décadas atrás e por isso seu aspecto interno é de uma igreja “moderna”- foi reaberta em 2021, após a retirada de quase 5 toneladas de lixo de seu interior e hoje recebe centenas de pessoas nas suas animadas missas de cura e libertação, às quintas-feiras.

O padre Edmar é uma espécie de pop star do Centro do Rio, celebrando também suas concorridas celebrações eucarísticas na paróquia de São Tiago de Inhaúma.

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