A bucólica Ilha de Paquetá tem penado com inúmeras situações que solapam a tranquilidade e dignidade dos moradores da região. Como senão bastassem os problemas regulares com as barcas, que fazem a sua ligação com o continente, Paquetá corre o risco de ficar sem a única agência bancária local, que pertence ao banco Itaú.
A Associação de Moradores de Paquetá (Morena) tem mobilizado os quase 4 mil moradores da ilha para lutar contra o desrespeito do Itaú, que pretende transferir as contas dos correntistas da agência local para agência da Av. Nilo Peçanha, nº 12, na esquina com a Presidente Antônio Carlos, no Centro do Rio de Janeiro.
A Morena tem coordenado a assinatura de um abaixo-assinado destinado à direção do banco para que ele não feche a agência local, localizada Rua Furkim Werneck com a Rua Pinheiro Freire, atual quartel general dos moradores. A ideia é reunir 1.000 assinaturas.
De acordo com a direção Associação de Moradores de Paquetá, as propostas feitas por integrantes do Itaú foram insuficientes para atender as demandas da população. Instalação de um caixa eletrônico em um supermercado, e proposta para que um petshop servisse como base para efetuação de alguns serviços bancários, foram as alternativas oferecidas pelo banco aos habitantes de Paquetá. As alternativas foram prontamente rechaçadas, por serem consideradas insuficientes diante da demanda local.
No último dia 10, os moradores da ilha realizaram um protesto em frente a agência em vias de desativação. Na fachada do prédio instalaram uma grande faixa na qual podia ser lido: “#Itaú não respeita Paquetá”. Segundo a Morena, um dos funcionários que presta serviços de limpeza ao Itaú teria tentado tirar a faixa do local. Mas foi preterido pelos manifestantes, uma vez que proprietário do andar de cima do prédio onde a agência está instalada teria permitido a instalação da faixa.
Em um comunicado postado em sua rede social, a Associação convidou os moradores para dar um “Abraço” na agência local, nesta quinta-feira (18), às 10h. “Que fique bem claro: o ABRAÇO não é demonstração de apreço ao Banco Itaú, muito pelo contrário. É uma demonstração do quanto defendemos a permanência de serviços bancários em Paquetá, indispensáveis a todos, especialmente aos mais idosos e ao comércio”, ressalvou a direção da Morena.
Diante da precarização da situação bancária de Paquetá, o Sindicato dos Bancários do Rio e a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (FEDERA-RJ) assumiram uma posição solidária à luta dos correntistas de Paquetá, participando de uma protesto ocorrido em frente à agência, no último dia 5.
“O que está acontecendo em Paquetá é uma completa irresponsabilidade social do banco Itaú. Aqui, temos a segunda maior população de idosos de todos os bairros do Rio, só perdemos para Copacabana. Essa população não usa aplicativo de banco. Como ficarão todos esses idosos sem poder sacar dinheiro na Ilha? Isso é inaceitável”, teria afirmado Guto Pires, presidente da Morena, ao site do Federa-RJ, ressaltando que, apesar de ter lucrado mais de R$ 30,8 bilhões, em 2022, o Itaú tem dado continuidade à sua estratégia de fechamento de agências e demissão de funcionários.
O Federa-RJ reportou que, para o presidente do Sindicato dos Bancários Rio, José Ferreira, o caso de Paquetá evidenciaria a estratégia do gigante bancário. “Isso tem ocorrido em vários bairros, o banco fecha agências sem levar em conta a realidade da população. A decisão sobre Paquetá revela a perversidade dos banqueiros. Precisamos reagir”, disse Ferreira.
A presidente da Federa-RJ, Adriana Nalesso lembrou que as instituições bancárias têm responsabilidade sociais diante da população: “Bancos são concessões públicas, com compromissos. Um deles é a obrigação de atendimento presencial aos clientes, não podemos admitir essa situação”.
As informações são da página Morena Paquetá e da Federa-RJ. Todas as imagens pertencem à Pagina Morena Paquetá.
Tenho uma sugestão: que se abra um agência da Caixa em Paquetá e TODOS os correntistas e poupadores façam a migração para as novas contas. Ao mesmo tempo que fortalece os bancos públicos, enfraquece os privados, que não estão nem aí para o país mesmo. A família dona do Itaú merece passar uns perrengues de vez quando pelo menos.
Aliás, sugiro que qualquer pessoa faça a mesma coisa: tire seu dinheiro dos bancos privados e coloque-o em um banco público. O poder nefasto dos banqueiros privados diminuirá significativamente.