Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio mostra que o estado do Rio de Janeiro ficou em primeiro lugar no ranking de pessoas inadimplentes do país. Segundo o levantamento, 23% da população dizem não ter condições de pagar as contas atrasadas, número maior do que no ano passado, quando o estado do Rio aparecia em segundo lugar no ranking de inadimplência. Essa realidade atinge quase 1/4 das famílias fluminenses.
O especialista em finanças pessoais, Renan Diego, explica o porquê da inadimplência ainda ser tão alta entre os brasileiros, sobretudo, os cariocas.
“Os principais fatores que influenciam a alta inadimplência entre os brasileiros, são: Economia desafiadora, juros altos, desemprego, redução da renda familiar, compras para terceiros e principalmente falta de educação financeira.”, ressalta Renan, à frente da escola digital Produtividade Financeira, por onde já educou mais de 6.500 mil brasileiros sobre finanças pessoais e investimentos.
Ainda segundo a Confederação Nacional do Comércio, existe uma diferença entre endividamento e inadimplência. Para estar endividado, basta ter uma compra parcelada no cartão de crédito, por exemplo. Já a inadimplência, é deixar de cumprir algum compromisso, como não conseguir pagar uma conta de água ou de luz.
Para o especialista, o comportamento do carioca sobre finanças pessoais não ajuda a mudar esse cenário crônico. “Com toda certeza o desemprego, a diminuição da renda média familiar e as compras para terceiros influenciam muito na inadimplência dos cariocas, mas a falta de educação financeira é na, minha opinião, a maior influência, pois dificuldades e imprevistos todos nós passamos e vamos continuar passando, o que muda é como passamos por eles e o quanto estamos preparados para isso. Se os cariocas e os brasileiros de forma geral tivessem a cultura de administrar seu dinheiro, criando um planejamento financeiro mensal que desse para pagar suas contas e ainda guardar para possíveis emergências, muita coisa seria evitada em meio a um imprevisto.” conta
Ainda segundo o especialista em finanças pessoais, uma alternativa para resolver este problema seria conscientizar a população sobre o valor do dinheiro. Ele conta que uma das maiores dificuldades dos fluminenses é conseguir evitar as compras por impulso, que na maioria das vezes nem eram necessárias. Para evitar essa prática, o educador financeiro recomenda uma tática conhecida como “regra das 24 horas”.
“Espere 24 horas antes de comprar, pois assim você tira a emoção que é o que faz a gente comprar e entra a razão, provavelmente após as 24 horas você não vai nem lembrar que queria comprar, se realmente for uma compra por impulso, mas se após 24 horas, você ainda quiser comprar, utilize a técnica das 3 perguntas, onde você vai responder sim ou não, se responder não para qualquer uma você não vai fazer a compra, se responder sim você passa para a próxima e só compre se responder sim para as 3 perguntas, que nesse caso não será uma compra por impulso. A primeira pergunta que você tem que se fazer é, eu realmente quero isso? A segunda é, eu preciso disso? e a terceira é eu posso comprar isso? Utilizando essa técnica você vai começar a valorizar mais o dinheiro para começar a guardar para uma reserva de emergência que vai ajudar em momentos difíceis”, afirma