A Aliança Centro-Rio, entidade voltada para a promoção e revitalização da região, realizou o evento “Novas Oportunidades para o Centro da cidade”, para discutir entraves e oportunidades para a expansão do Centro da capital fluminense. O encontro, que aconteceu na BQ Escritórios e Coworking, nesta segunda-feira (11), reuniu 150 pessoas, entre empresários, proprietários de prédios, síndicos e comerciantes da região.
Presente ao evento, o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Chicão Bulhões, informou que já foram emitidas 36 licenças para construções com incentivos fiscais na área do Reviver Centro II, com o aproveitamento da infraestrutura já existente. A iniciativa, segundo Bulhões, reflete o novo perfil de moradores do Centro. Entre os exemplos por ele mencionados está o Edifício A Noite, na Praça Mauá, que será alvo de intervenções ainda em análise.
“Estamos na fase de conceituação do programa, já que é um projeto residencial com uso misto, mas o foco realmente será nos tipos de apartamentos residenciais”, disse o secretário
Em sua exposição, Chicão Bulhões citou iniciativas importantes para a dinamização da região, entre elas estão a ação de ordenamento urbano empreendida pela Prefeitura do Rio e o Governo do Estado na retomada da Rua Uruguaiana; incremento da Segurança Pública, com o emprego estratégico da inteligência da Guarda Municipal e das polícias Civil e Militar; as ativações do Reviver Cultural, em horários estendidos e no fim de semana, com subsídios da Prefeitura aos projetos selecionados; e o programa Seguir em Frente, voltado para o atendimento e amparo da população de rua.
Também presente ao encontro, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), Cláudio Hermolin, apresentou os primeiros resultados dos programas Reviver Centro I e II, que, juntos podem levar 12 mil novos moradores para a região central da capital fluminense.
“Foram oito projetos lançados no 1º momento e, agora, temos expectativas de mais oito neste ano. A soma desses 16 projetos vai trazer, até 2027, 12 mil novos moradores, o que significa dobrar o número de residentes”, disse o executivo, lembrando que até o final de ano, a região deve registrar um incremento de quatro mil novos moradores.
Tais resultados se devem a execução da segunda fase do Reviver Centro, através da qual cerca de 30 projetos imobiliários, com mais de 1.150 novas unidades residenciais, foram licenciados ou estão em licenciamento. Desse total, segundo o Cláudio Hermolin, 800 já foram vendidas, sendo que 550 apartamentos (66%) foram comprados por famílias com renda de até dez salários mínimos, que vão migrar das Zonas Norte (38%), Oeste (23%), Baixada (15%) e Sul (5%), além dos 19% que já residiam no Centro.
“Esses dados comprovam que estamos, de fato, alcançando a população distante do Centro. Isso vai impactar na diminuição dos deslocamentos, gargalos no trânsito, além de desafogar o transporte público. O Centro do Rio já é uma nova realidade, capaz de absorver as mais variadas demandas” afirmou Hermolin destacando que o local possui vários pontos fortes que o capacitam a ter um perfil residencial atrativo e dinâmico: “O Centro oferece uma ótima estrutura de transporte público, que vai atrair cada vez mais comércio, entretenimento e serviços para a região. Antes os imóveis estão sendo vendidos a R$ 8.500,00 o m², agora estamos em R$ 11 mil, atraindo um público formado 66% de moradores e o restante, investidores”, afirmou o presidente do Sinduscon-Rio.
O CEO da Aliança Centro-Rio, Marcelo Haddad, falou sobre a implementação das Áreas de Revitalização Econômica (AREs), principal foco de trabalho da Aliança. A previsão é de que a região receba três delas: na Rua São José, na Candelária e nas proximidades da Biblioteca Parque Estadual. Ele ressaltou que as implementações das duas últimas, ainda em 2024, estão sujeitas à captação de recursos junto aos associados, através da Associação de Amigos.
“Vamos implantar, a partir de abril, a primeira ARE da América Latina no Rio de Janeiro. O projeto prevê que a Rua São José, entre a Avenida Presidente Antônio Carlos e a Rua da Quitanda, seja transformada em boulevard, com melhorias na infraestrutura, limpeza e segurança. “Em uma primeira fase, vamos contar com segurança privada e 12 câmeras de monitoramento, além de contagem de transeuntes. Em seguida, vamos entrar com melhorias no paisagismo e mobiliário urbano”, detalhou o executivo.
A retomada do comércio foi o tema abordado pelo diretor de Inteligência do Instituto Fecomércio (Confederação Nacional do Comércio), João Gomes, para quem a redução dos juros e da inflação tem ajudado a impulsionar o comércio local, uma vez que a população passou a contar com um poder de compra maior.
“O processo de revitalização do Centro vem ocorrendo desde 2021 e se consolidando ao longo destes últimos dois anos, impulsionado pela redução dos juros e da inflação, que trazem o aumento do poder de compra da população, atraindo projetos de cultura, gastronomia, comércio, lazer e educação, aliados a grandes empreendimentos imobiliários estimulados pelo Poder Público”, explicou.
Sobre a Aliança Centro-Rio
Criada para empreender a revitalização do Centro do Rio, a Aliança Centro-Rio concentra empresários, comerciantes e apoiadores dos setores público e privado que atuam na região. Além disso, ela representa mais de 60 prédios do Centro, que totalizam 750 mil/m2 construídos e mais de R$ 7 bilhões em investimentos.
O trabalho da entidade é conduzido pela Rio-Negócios, instituição sem fins lucrativos que atua há 24 anos como agência de inteligência de promoção e captação de investimentos públicos e privados para a geração de negócios e empregos no Rio de Janeiro.
Para as instituições, o Centro do Rio é de capital importância para o desenvolvimento do município fluminense, pois concentra mais de 300 mil profissionais e 60 mil empresas, gerando um faturamento anual de aproximadamente de R$ 560 bilhões, cifra que corresponde a 32% do faturamento da cidade, segundo dados da Rio-Negócios.
Participam como associadas ao projeto algumas das maiores empresas imobiliárias (proprietárias e/ou gestoras) do Brasil, como GTIS Partners, Opportunity, São Carlos, Sergio Castro Imóveis, Multicentros, Construtora Internacional, Menezes Cortes, Engepred (Academia Brasileira de Letras), BSP Empreendimentos (Bradesco), BR Properties, Kinea, Tishman Speyer, Valia, Previ, Administradora Nacional, Innova, Edifícios: Linneo de Paula Machado, Sloper Corporate, Paço do Ouvidor, Centro Empresarial Castelo Branco, Centro Empresarial Senado, Centro Candido Mendes, Visconde de Inhaúma Corporate, Bolsa do Rio, Cidade do Rio, além da Cury, Confeitaria Colombo, Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado da do Rio de Janeiro (Seac-RJ) e Sindicato da Indústria da Construção do RJ (Sinduscon-RJ).
Com informações do site Tempo Real