Incêndio no Sumaré: professores da PUC-Rio alertam sobre riscos de grandes incêndios em áreas urbanas

Especialistas destacam o impacto de incêndios na infraestrutura das cidades e nas áreas próximas a comunidades

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O aumento significativo de incêndios em todo o Brasil nos últimos anos tem gerado preocupação entre especialistas. Recentemente, o incêndio ocorrido na terça-feira (1º de outubro) no Sumaré, na Tijuca, nas proximidades das torres de televisão, chamou a atenção da professora Jakeline Pires, diretora do Departamento de Biologia, e do professor José Araruna, coordenador do curso de Engenharia Ambiental da PUC-Rio. Ambos emitiram alertas sobre os perigos crescentes de incêndios em centros urbanos.

Com foco em pesquisas sobre ecologia urbana, a professora Jakeline Pires destacou o risco que as condições climáticas e a vegetação monodominante representam, especialmente em áreas próximas a comunidades vulneráveis. “As elevadas temperaturas, a baixa umidade do ar e a presença de vegetação dominada por uma única espécie podem acarretar em grandes incêndios, comprometendo a infraestrutura das cidades”, alertou.

Um exemplo dessa vegetação é a leucena, uma planta exótica originária da América Central, que foi introduzida no Brasil para recuperação de áreas mineradas. Jakeline explicou que a leucena tem um alto potencial calorífico, dificultando o combate aos incêndios em áreas onde predomina. “Precisamos de áreas verdes com diversidade, pois vegetação biodiversa é menos propensa à propagação do fogo”, reforçou a professora, mencionando um estudo em andamento na PUC-Rio para mapear áreas dominadas pela leucena.

O professor José Araruna chamou atenção para os impactos que os incêndios podem causar na infraestrutura urbana, como redes de distribuição de água, gás, esgoto, e cabos de telecomunicações. “Incêndios em áreas urbanas podem danificar a infraestrutura em subsuperfície, com riscos de afetar a rede de alta tensão, como vimos recentemente no Parque Estadual da Pedra Branca”, afirmou.

Araruna também destacou a preocupação com o Gasbol, gasoduto que liga o Brasil à Bolívia, passando pelo Pantanal, onde há frequentes focos de incêndios. “Um incêndio pode causar danos ao Gasbol, que está a apenas 1 metro da superfície, o que poderia resultar na interrupção do fornecimento de gás, com consequências gravíssimas”, avaliou o professor.

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