
A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) iniciaram nesta sexta-feira (14/3) uma operação contra os responsáveis pelo incêndio florestal que destruiu 45 mil m² de Mata Atlântica — o equivalente a quatro campos de futebol — na Prainha, Zona Oeste do Rio. A área é de preservação ambiental. Os agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão.
O fogo foi provocado na última terça-feira (11) por rojões lançados pelos influenciadores Fernando Rocha e Wesley Nascimento, que gravavam um vídeo para divulgar a rifa ilegal de uma moto. Segundo as investigações, eles e mais dois homens pararam no estacionamento próximo à montanha do Parque da Prainha e soltaram os fogos em direção à mata.
Após perceberem o início das chamas, os suspeitos fugiram sem alertar as autoridades. O incêndio durou quase 20 horas até ser controlado, destruindo vegetação nativa e matando animais silvestres, como uma cobra.
“O incêndio destruiu 4,5 hectares de mata e levou quase 20 horas para ser controlado, atingindo uma área equivalente a quatro campos de futebol. O combate às chamas exigiu um esforço conjunto de 13 guarda-parques, 14 bombeiros e até o uso de um helicóptero”, destacou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
Os investigados foram identificados em menos de 24 horas após o início da investigação. A ação integrada entre o Núcleo de Defesa Florestal do Inea e a DPMA contou com imagens divulgadas nas redes sociais, que ajudaram a polícia a reconhecer três dos quatro envolvidos.
A polícia investiga se a rifa promovida pelo grupo configura crime. Em um dos endereços alvo da operação, em Marechal Hermes, na Zona Norte, foi encontrada a moto sorteada ilegalmente. O inquérito foi desmembrado, e a Delegacia do Consumidor apura associação criminosa, crimes contra a economia popular e exploração de loteria não autorizada.
“O Inea fez uma coleta de informações de que possivelmente poderia ter sido um incêndio criminoso. E em menos de 24 horas pedimos buscas no Plantão Judiciário, e foi deferido. Rifas precisam de autorização do Ministério da Fazenda e devem ser beneficentes, o que não é o caso agora — eles buscam lucro”, afirmou o delegado André Prates ao site G1.
Além da responsabilização criminal, os envolvidos também serão autuados administrativamente pelo Inea. A multa aplicada é de R$ 5 mil por hectare queimado, podendo ser agravada devido à morte de animais silvestres e à extensão do dano ambiental.