Entre os dias 16 de agosto e 14 de setembro, o Centro Cultural Inclusartiz, na Gamboa, Centro do Rio de Janeiro, apresenta a exposição “Corporalidades”, com as joias autorais de 17 alunas da primeira turma da iniciativa Elabora Social. A mostra marca um momento significativo para as alunas, que agora exibem ao público o resultado de suas criações e ideias.
As peças são únicas e estarão à venda, com 30% do valor destinado à aluna e 70% revertido para o financiamento da próxima turma da inciativa, prevista para começar em fevereiro do próximo ano.
“As joias foram as primeiras elaboradas pelas estudantes e integralmente trabalhadas por suas próprias mãos, fruto de uma imersão e de um aprendizado intenso que durou nove meses. Os visitantes poderão fazer um mergulho e uma descoberta de um saber-fazer milenar e alquímico, verificando que na ourivesaria, tudo se transforma o tempo todo”, argumenta a diretora executiva do Elabora Social, Nathalie Kuperman (sócia-fundadora da joalheria VOA).
A diretora executiva do Elabora Social, Nathalie Kuperman (sócia-fundadora da joalheria VOA), explica ainda que a mostra se configura como um estudo do corpo humano, que sente o mundo, pensa o outro e reflete a si mesmo. Segundo Kuperman, “as corporalidades configuram uma dimensão em que se reflete o fenômeno humano, a sua existência, suas histórias e narrativas”.
Dessa forma, a exposição propõe e expressa diferentes abordagens sobre o corpo humano, abrangendo manifestações, vulnerabilidades, subjetividades, minorias, gêneros e sexualidade. Kuperman observa que a ourivesaria é uma arte milenar e alquímica, onde tudo se transforma o tempo todo.
A diretora executiva da ação destaca ainda que a mostra é a culminância do aprendizado das alunas, materializado nas joias criadas. “Trata-se da concretização de apenas um ciclo, pois o Elabora está trabalhando para fomentar a empregabilidade e apoiar aquelas que desejam empreender suas marcas autorais”, conclui.
A organização da exposição conta com o apoio de Andrea Paes (designer de joias com 38 anos de carreira), Emerson Cunha (ourives com experiência) e Gisele de Paula (arquiteta especializada em cenografia, direção de arte e projetos expográficos). Além disso, Marcílio Barroco (artista plástico com foco em esculturas e máscaras) conduzirá uma oficina com as estudantes para a confecção dos expositores, cuja proposta é exibir as joias em moldes que representam os corpos de suas criadoras.
Projeto Elabora Social
O Elabora Social visa transformar a vida de mulheres de baixa renda por meio da qualificação profissional em ourivesaria. O projeto oferece formação em produção de joias autorais para mulheres com renda per capita de até um salário mínimo e meio, reservando 30% das vagas para cotas raciais. As aulas, com duração de nove meses, são realizadas no Centro de Referência de Joalheria Firjan SENAI (RJ), que conta também com o suporte de um profissional de Libras para garantir um ambiente inclusivo.