Insegurança alimentar grave: fome atinge 15,9% das famílias do RJ

Um estudo da Penssan aponta que a fome aumentou com a pandemia de covid-19, com a queda na renda das famílias e a elevação do custo de vida

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Grátis para uso comercial - Foto: Pixabay

A fome atormenta quase três milhões de pessoas no Rio de Janeiro. Na última quarta-feira, (14/08), foi divulgado um estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan) e os dados da pesquisam mostram que a fome aumentou com a pandemia de covid-19, com a queda na renda das famílias e a elevação do custo de vida.


O estudo dividiu as famílias em quatro estágios:

  • Segurança alimentar: o lar tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais;
  • Insegurança alimentar leve: há preocupação ou incerteza em relação ao acesso aos alimentos no futuro e/ou qualidade inadequada de alimentos, resultante de estratégias que visam a não comprometer a quantidade de alimentos;
  • Insegurança alimentar moderada: há redução quantitativa de alimentos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante de falta de alimentos;
  • Insegurança alimentar grave: há fome. A família não come por falta de dinheiro para comprar alimentos. Quem faz apenas uma refeição ao dia também entra nessa classificação.


Fome no RJ:

Segurança alimentar: 42,8% dos lares do RJ, ou 7,5 milhões de fluminenses
Insegurança alimentar leve: 23,5% dos lares do RJ, ou 4 milhões de fluminenses
Insegurança alimentar moderada: 17,7% dos lares do RJ, ou 3 milhões de fluminenses
Insegurança alimentar grave: 15,9% dos lares do RJ, ou 2,7 milhões de fluminenses
Dados: Penssan

A insegurança alimentar grave no Rio, com 15,9%, supera a média nacional, de 15,5%.

“Os resultados refletem as desigualdades regionais registradas no relatório do II VIGISAN, e evidenciam diferenças substanciais entre os estados de cada macrorregião do país. Não são espaços homogêneos do ponto de vista das condições de vida. Há diferenças socioeconômicas nas regiões que pedem políticas públicas direcionadas para cada estado que as compõem “, aponta, em nota, o coordenador da Rede Penssan, Renato Maluf.

A pesquisa indica que — em todos os estados — as famílias mais vulneráveis à insegurança alimentar grave e moderada são aquelas com renda inferior a meio salário mínimo, com pessoas estão desempregadas ou em condições de trabalho precárias, além de apresentarem baixa escolaridade. O alto endividamento também comprometeu a capacidade de acesso aos alimentos.

Os pesquisadores foram de casa em casa, de novembro do ano passado a abril deste ano. Eles visitaram 12.745 domicílios em 577 cidades, em todos os estados do país e no Distrito Federal.

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