Inspirado em Maria Bethânia, espetáculo “A Cena (Não) Muda” retorna ao palco no Planetário da Gávea

Produção documental une música e teatro para refletir sobre 50 anos de opressão no Brasil, com estreia no dia 19 de novembro.

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Foto: Junior Mandriola

Em homenagem ao antológico show “A Cena Muda”, de Maria Bethânia, realizado em 1974, o espetáculo “A Cena (Não) Muda” retorna aos palcos no Teatro Domingos Oliveira, no Planetário da Gávea, a partir do dia 19 de novembro. Com texto de Pedro Henrique Lopes, direção geral de Diego Morais e direção musical de Guilherme Borges, a montagem traça paralelos entre o Brasil opressivo dos anos 70 e a atualidade, refletindo sobre o que não mudou em 50 anos.

A temporada vai até o dia 18 de dezembro de 2024, com apresentações às terças e quartas-feiras, às 20h.


O show que inspira e denuncia

O espetáculo revisita o show de Maria Bethânia, que, nos anos 70, usou a música para expressar a dor de um Brasil censurado e silenciado. Na época, temas como a falta de liberdade de expressão, violências institucionais, desvalorização da mulher e censura eram subentendidos nas performances.

Em “A Cena (Não) Muda”, essas questões são trazidas à tona de forma explícita, confrontando as marcas históricas que permanecem vivas no presente. O espetáculo aborda casos emblemáticos, como o desaparecimento de Ieda Santos Delgado, uma das poucas mulheres negras desaparecidas durante a ditadura militar, e as tragédias contemporâneas de Luana Barbosa, Cláudia Ferreira, Ágatha Félix e Kathlen Romeu, revelando como a violência contra a população vulnerável ainda persiste.

“Se há 50 anos a cena era muda, em 2024 nós iremos falar. O espetáculo propõe pensarmos juntos sobre as escolhas que seguimos fazendo como sociedade e os impactos delas na desigualdade, na violência e no respeito ao próximo,” afirma o autor Pedro Henrique Lopes.


Arte, música e reflexão

Com performances das atrizes Analu Pimenta, Sirléa Aleixo e H I A N E, a narrativa combina textos documentais, músicas do show de Bethânia e novas composições que dialogam com o contexto atual. A direção musical de Guilherme Borges une músicas clássicas de Chico Buarque, Gonzaguinha e Paulinho da Viola a obras contemporâneas, criando um ambiente que amplifica as vozes silenciadas ao longo das décadas.

“É um olhar sensível para as mulheres, sobretudo mães, que resistem à dor e lutam por respostas. São personagens que simbolizam força diante de um sistema cruel,” explica o diretor Diego Morais.

O elenco se desdobra em cena para denunciar a repetição dos erros históricos e celebrar o direito conquistado de questionar, falar e resistir.


Ficha técnica

  • Texto: Pedro Henrique Lopes
  • Direção Geral: Diego Morais
  • Direção Musical: Guilherme Borges
  • Elenco: Analu Pimenta, Sirléa Aleixo e H I A N E
  • Músicos: Guilherme Borges (teclado), Tauão de Lorena (guitarra) e Egon Athaydes (bateria)
  • Cenário: Victor Aragão e Diego Morais
  • Figurinos: Diego Morais
  • Design de Luz: Pedro Henrique Lopes e Diego Morais
  • Design de Som: Leonardo Carneiro
  • Produção e Realização: ENTRE Entretenimento

Serviço

  • Espetáculo: A Cena (Não) Muda
  • Local: Teatro Domingos Oliveira – Planetário da Gávea (Av. Padre Leonel Franca, 240 – Gávea)
  • Temporada: De 19 de novembro a 18 de dezembro de 2024
  • Horários: Terças e quartas-feiras, às 20h
  • Ingressos: R$ 40 (inteira) | R$ 20 (meia)
  • Classificação: 16 anos
  • Duração: 70 minutos
  • Capacidade: 100 lugares
  • Venda de ingressos: Pelo site linktr.ee/acenanaomuda ou na bilheteria do teatro.

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