Instituições históricas do século XIX sofrem com a crise do Centro do Rio

Receitas das entidades vem sendo, ainda mais afetadas, pelo colapso financeiro da pandemia do Coronavírus

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Associação Comercial do Rio de Janeiro (Foto: Reprodução)

A crise sanitária do Coronavírus que afetou severamente a economia brasileira e, consequentemente, carioca, vem impactando no funcionamento da quatro instituições icônicas do século XIX que tem suas sedes no Centro do Rio. São organizações que com o tempo, foram construindo prédios na região não só para servir como base, mas para alugar salas com o objetivo de ajudar a pagar as despesas. As informações foram publicadas pelo jornalista Ancelmo Gois.

A mais antiga delas é a Associação Comercial, fundada em 1809, que tem 60% de sua área alugável desocupada em sua sede atual, o Palácio do Comércio, na Candelária, clássico exemplo do estilo art déco da cidade.

Já o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fundado em 1838, está com seu prédio na Rua Augusto Severo, na Glória, com 85% das áreas disponíveis para locação vazias.

No caso do Edifício Edson Passos, do Clube de Engenharia, entidade fundada em 1880, na Avenida Rio Branco, a receita mensal com aluguel de espaços caiu de R$ 253 mil, em dezembro, para atuais R$ 122 mil.

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A crise afeta também a icônica sede da Academia Brasileira de Letras, na Avenida Presidente Wilson, a caçula do quarteto, criada em 1897, o lucro caiu quase pela metade com o aluguel de espaços do Palácio Austregésilo de Athayde, edifício de 28 andares ao lado do Petit Trianon do Brasil, palacete onde se reúnem os imortais.

Rio registra mais que o dobro de desocupação nos imóveis comerciais durante a pandemia

Em julho de 2020, a situação já era preocupante, conforme o DIÁRIO DO RIO antecipou. Na época, um estudo realizado pela Apsa, uma das maiores empresas de gestão de condomínios do país, revelou que a taxa de desocupação de imóveis comerciais no segundo trimestre mais que dobrou em relação ao primeiro trimestre, durante o período de isolamento social.

De acordo com a pesquisa, o Centro da cidade foi o bairro que teve maior impacto nas desocupações em razão de concentrar boa parte das salas comerciais da cidade. O segundo mais afetado foi Del Castilho, seguido por Vila Isabel, Tijuca, todos na Zona Norte.

Os dados apontavam que, de um total de cerca de 40 mil imóveis comerciais ocupados, 2,46% perderam seus inquilinos em abril de 2020. O número subiu para 2,84% em maio e, em junho do mesmo ano, 3,06% destes imóveis foram desocupados.

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3 COMENTÁRIOS

  1. A cidade é um organismo vivo e mutante. Não há como subsistir se as mentes dos homens forem tacanhas…
    Estes homens devem tirar o mofo dos seus cérebros, buscar se esclarecer sobre novas tendências urbanísticas, se não quiserem morrer junto com suas instituições.
    Em um mundo tão comercial como o de hoje, uma Associação Comercial tão antiga e obviamente experiente deveria estar na vanguarda de tudo o que acontece e ser a mais poderosa das associações do Rio de Janeiro.
    Ou será que ainda vagam por esses corredores os fantasmas do anacronismo e do saudosismo pelos bons tempos aristocráticos que já se foram desde a abertura do portos às nações amigas?

  2. O mercado imobiliário do Rio de Janeiro precisa se ajustar a realidade social e econômica da cidade que há muito deixou de ser maravilhosa como no seu passado belle époque. Os proprietários preferem manter seus imóveis fechados vazios do que alugar por um preço menor porém mais realista com a economia real. Existe uma forte demanda por imóveis na cidade, é só praticar um preço justo.

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