Investigações apontam que escritório de Helena Witzel recebeu R$ 105 mil de Mário Peixoto

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Segundo informações provenientes da Operação Placebo, realizada pela Polícia Federal nesta manhã de terça-feira (26/05), o escritório de advocacia da primeira-dama do Rio de Janeiro, Helena Witzel, recebeu a partir de 2019, pagamentos mensais de R$ 15 mil da empresa DPAD Serviços Diagnósticos LTDA, ligada ao empresário Mário Peixoto.

Mário Peixoto, preso no último dia 14 de maio, na Operação favorito, era o principal fornecedor do governo Wilson Witzel e, também do de Sérgio Cabral. Na ocasião, os investigadores averiguavam contratos obtidos por suas empresas junto ao governo estadual ao longo de uma década. Trecho de um documento da investigação traz informações sobre esses pagamentos:

De acordo com os investigadores, os pagamentos ao escritório de Helena Witzel totalizam R$ 105 mil. O primeiro depósito teria acontecido em agosto de 2019.

O MPF descreve, ainda, que conforme lnformação n. 0011/2020 da Polícia Federal, encontraram no correio eletrônico alessanclro.duartc@gxnail.com mensagens datadas de 14/04/2020, recebidas de J.E.(rjjuan@hocmail.com) com documentos relacionados a pagamentos para a esposa do Governador W. W (Wilson Witzel)”.

Nesta manhã, os agentes da PF buscaram documentos no escritório da primeira-dama. A sede está registrada na residência onde morou o casal Witzel, no Grajaú, Zona Norte do Rio, até a posse do governador, em janeiro de 2019.

Os policiais encontraram documentos e um telefone celular que foram levados para a Polícia Federal.

Em sua decisão que expediu os mandados de busca e apreensão, o ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) escreveu que “novo compartilhamento de provas proveniente da Justiça Federal do Rio de Janeiro, demonstra vínculo bastante estreito e suspeito entre a primeira-dama do estado e as empresas de interesse de M.P. (Mário Peixoto), em especial o contrato de prestação de serviços e honorários advocatícios entre seu escritório de advocacia e a empresa DPAD Serviços Diagnósticos LTDA, bem como comprovantes de transferência de recursos entre as duas empresas”.

Constituída em fevereiro de 2013, a DPAD Serviços Diagnósticos ou Bioslab, seu nome fantasia, é uma empresa de laboratórios clínicos. Seu nome não aparece no Portal da Transparência como tendo contratos com o Estado do Rio de Janeiro.

A empresa tem como sócios Alessandro de Araújo Duarte e Juan Elias Neves de Paula. Ambos são apontados pelo MPF como operadores do empresário Mário Peixoto. Peixoto e Alessandro foram presos, enquanto Juan sofreu busca e apreensão.

Em seu relatório da Operação Favorito, o MPF descreve Alessandro Duarte como “procurador da conta bancária da Átrio Rio Service” e diz que há “movimentações suspeitas, como apontado pela Unidade de Inteligência Financeira no RIF 37098; possuírem movimentação financeira milionária entre as empresas das quais são sócios e as empresas de Mário Peixoto, como comprovado pela quebra bancária e fiscal”.

O empresário Mario Peixoto não está mais no quadro societário da Atrio Rio Service. Até o final de março, a Atrio Rio era formada pela MV Gestão e Consultoria, de propriedade de Vinícius Ferreira Peixoto, filho de Mário Peixoto, e pela GML Gestão de Ativos Empresariais, de Matheus Ramos Mendes.

Depois de alguns anos sendo investigada por suspeita de desviar recursos públicos em contratos com o governo do estado, a Atrio Rio Service mudou de nome para Gaia Service Tech. No mês passado, a MV Gestão saiu da sociedade e Matheus Ramos assumiu os R$ 12 milhões em contas da MV.

A Gaia também incluiu entre suas especialidades o trabalho com controle de endemias.

O grupo que o MPF aponta ser comandado por Mário Peixoto mantém atualmente nove contratos com o governo do estado.

Os acordos da empresa com o poder executivo são mantidos desde o governo de Sérgio Cabral. Só em 2020, eles receberam R$ 129 milhões. Desse total, R$ 37 milhões foram pagos em contratos de emergência e sem licitação, com a Faetec.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Valor normal de uma cobrança de honorários

    No escritório onde estava cobrava R$ 80 mil só na 1ª instância mais reembolso por custos de deslocamento e cópias

    O que deve ser visto é se serviços chegaram a serem prestados
    E também se a relação existente entre primeira dama e o governador torna ilegal uma contratação dessa empresa pelo Estado por ele governado

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