A imprensa mostrou nos últimos dias que a a situação dos viadutos no Rio é precária. A maioria sofre com a má conservação, atestada por engenheiros e especialistas. Ao mesmo tempo, o investimento na manutenção caiu bastante nos últimos 5 anos, com o valor de 2017 sendo menos de 1/4 dos recursos de 2013.
No Rio de Janeiro e no Brasil de modo geral, os governos falham em dois pontos importantes: de um lado, se metem onde não devem e deixam a desejar onde precisam agir. Por outro lado, buscam sempre inaugurar obras novas, muitas vezes eleitoreiras, e esquecem da manutenção do que já existe. O caso dos viadutos do Rio é uma prova de ambos os problemas ao mesmo tempo: negligência na manutenção e falha em simples função básica governamental.
Enquanto isso, muito dinheiro é gasto onde não se deve, novas obras de fachada são lançadas e impostos são desviados por quem não merece ocupar função pública. Por consequência, o investimento em manutenção dos viadutos despenca – com trocadilho – e coloca nossas vidas em risco. Até quando? Não adiantará colocar cadeado quando a porta já estiver arrombada. Nesse caso, pior ainda, agir apenas quando acidentes ocorrerem.
N.E.: No Rio já houve a queda de um viaduto, o Paulo de Frontin, em 1971.
