Desde novembro de 2019, comprar um imóvel para alugar está rendendo mais que investir o dinheiro em uma aplicação de renda fixa básica. Em setembro de 2020, o retorno financeiro do aluguel foi nada menos que 2,5 vezes maior que o da aplicação em renda fixa. Segundo João Paulo Mallet, CEO da Privilégio Imóveis, a baixa da taxa Selic – que é atualmente a menor da história – é a principal responsável por essa tendência que cresce no mercado de investimentos. Ele afirma que com o baixo rendimento nas aplicações, passa a ser mais interessante aos investidores comprar imóveis para alugar.
“Essa tendência vem por conta da taxa Selic baixa, que guia as aplicações de renda fixa, e até o ano passado tinha taxas de retorno bem altas. Por isso, as pessoas deixavam de investir em imóveis para manter o dinheiro aplicado. Agora, a taxa Selic vem baixando e os investimentos de renda fixa acabam não dando o retorno esperado. Com isso, os investimentos em imóveis passam a ser mais interessantes, já que são mais seguros e estão dando maior retorno percentual que as aplicações em renda fixa”, explicou Mallet.
Mallet reforça ainda que esses dados são positivos para a economia carioca, já que o mercado imobiliário impacta diversos outros setores. “Isso traz maior desenvolvimento para a cidade, porque faz girar a economia. Quando alguém investe em um imóvel, acaba investindo também em outras coisas, como obras, mobílias, tintas, serviços… Então isso favorece a economia. Além de ser um investimento, o mercado imobiliário também é uma energia motriz.”
A rentabilidade do aluguel, segundo estimativa do FipeZap, equivale ao preço do aluguel dividido pelo valor total do imóvel. Na prática, o que é computado é o rendimento mensal dos alugueis em relação a quanto foi investido na compra de cada imóvel. A corretora Necton Investimentos realizou um levantamento comparando a rentabilidade dos aluguéis e das aplicações desde 2008. A principal mudança aconteceu em novembro de 2019, quando o rendimento das aplicações tinha despencado para apenas 0,38% ao mês, enquanto a rentabilidade média do aluguel de imóveis estava em 0,39%. Trazendo os dados para uma situação prática, alguém que tivesse um imóvel avaliado em R$500.000 receberia R$1.967 de aluguel, enquanto os mesmos R$500 mil aplicados no banco, em renda fixa, renderiam R$ 1.900. Ou seja, menos que o aluguel.
Atualmente, o ganho médio do aluguel de imóveis está em 0,40%, ou seja, R$ 1.976 para um imóvel de R$ 500 mil. Já as aplicações rendem apenas 0,16%. Neste exemplo, isso renderia a quem tem os mesmos 500.000 reais no banco apenas R$ 800, menos da metade do que renderia a locação de um imóvel do mesmo valor.
Segundo Laudimiro Cavalcanti, diretor do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (CRECI-RJ), os preços de aluguéis ainda não estão aumentando por conta de um déficit que o Rio de Janeiro apresenta no mercado de locação.
“A Selic fez com que os investidores do mercado financeiro migrassem para o mercado imobiliário, mas o Rio tem um déficit de locação. Por isso, os preços ainda não estão subindo, exceto por algumas regiões mais procuradas e alguns tipo de imóveis que tem muita procura”, ele disse.
Entretanto, Laudimiro ressalta que com a alta na procura dos imóveis para alugar, a tendência é que com o tempo esses valores passem a aumentar gradualmente.
“A tendência para as salas comerciais é realmente de queda, já que aumentou a quantidade de empresas trabalhando em home office, mas os imóveis residenciais continuam com demanda muito alta e crescente. Então, há possibilidade de uma alta no aluguel, acompanhando a correção por conta dessa procura.”
Que esse é o momento de comprar imóveis, não há dúvidas, pois as condições estão muito favoráveis. A dúvida que fica é se essa tendência vai durar. Segundo Marcus Vinícius Ferreira, broker da área de investimentos da Sérgio Castro Imóveis, enquanto a taxa de juros continuar baixa, a rentabilidade dos aluguéis tende a continuar alta.
“Hoje o mercado imobiliário oferece operações que rendem de 6% até 11% ao ano, então mesmo que a taxa de juros suba ano que vem, mesmo que a taxa chegue a dobrar, os imóveis ainda vão continuar como os melhores investimentos no mercado. Então, eu acredito que pelo menos nos próximos dois anos, a renda de imóveis vai ser superior aos investimentos de renda fixa”, ele explicou, enfatizando que os aluguéis tendem a permanecer como um investimento mais rentável por mais um bom tempo. “Além disso, além de gerar os frutos aos quais chamamos de aluguel, os imóveis também valorizam com o tempo. São um investimento que dá dois tipos de ganho: o fruto mensal mais o aumento da valorização patrimonial“, finaliza.
A procura por imóveis alugados, como não poderia deixar de ser, aumentou. Dados da Sergio Castro dão conta de que as ligações para o departamento de investimentos da empresa aumentaram mais de 60% desde maio. “A procura mais freqüente é por lojas, galpões e apartamentos com contratos de locação em vigor”. Os compradores seriam desde family offices, a fundos de investimento, e de médios poupadores a grandes investidores. É o mercado de investimentos redescobrindo o aluguel de imóveis.
[…] ressaltar ainda que, conforme noticiado pelo DIÁRIO DO RIO, o investimento no mercado imobiliário se tornou mais rentável, acessível e seguro, pois com a taxa de juros Selic baixa, as aplicações bancária estão com baixo rendimento, […]
[…] Notícia 2 […]
É o chamado rentismo.
O fisco deveria apertar a vida desses e outros que jogam na bolsa, e de cujo patrimônio construído é com pouco trabalho. São câncer da Economia.