A Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social, da Alerj, ouviu nesta quinta-feira (10/06), em audiência pública, representantes da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, na segunda rodada de debate sobre a situação econômica do estado. De acordo com o subsecretário de Indústria, Comércio, Serviços e Ambiente de Negócios, Antônio Carlos Barbosa, o Rio precisa investir na malha ferroviária e no setor de saúde para alavancar a economia nos próximos anos.
“Esses dois pontos são fundamentais e já estamos nos movimentando para avançar nos temas”, garantiu Barbosa. Ele informou que a secretaria tem realizado tratativas com o Ministério de Infraestrutura do Governo Federal para conseguir a liberação para a construção da malha ferroviária que ligará o Porto do Açu à área de Itaguaí.
“Esse seria um investimento promissor para o Rio e para o país. Serão 58 km de ferrovia. O projeto já está pronto, só precisa ser licitado. No entanto, o Governo Federal tem apresentado alguns entraves para a liberação das obras. Para fazer essa ligação seria necessário menos de 20% do investimento total que já foi feito na construção do Porto e seria imprescindível para o Rio a longo prazo“, garantiu Barbosa.
O subsecretário também informou que o setor da saúde demanda, em média, 250 mil empregos, por ano, no Rio. Reflexo de um estado que tem o maior parque de hospitais do país, segundo Barbosa. “Nem a cidade de São Paulo tem uma rede hospitalar tão volumosa quanto a nossa, se compararmos as duas capitais. Porém ainda não investimos o suficiente para lucrar com esse setor. Precisamos entrar pesado na indústria de fármacos. Hoje só temos três empresas no Rio“, lembrou. Para atuar nessa frente, Barbosa disse que a secretaria busca entender a cadeia econômica do setor: “Já estamos estudando todo esse cenário“, observou.
Aumentar a competitividade tributária do Rio frente a outros estados também será um desafio do governo para os próximos anos. “Sabemos que os insumos são altamente taxados e os processos têm um alto custo no Rio. Mas para alterar isso precisamos mudar o pacto federativo e analisar como será assinado o Plano Mansueto – que dá a possibilidade de estados e municípios novamente se adequarem à responsabilidade fiscal. Se abaixarmos uma alíquota hoje teremos um impacto muito grande e isso precisa ser feito gradualmente“, concluiu Barbosa.
Para a presidente da Comissão, deputada Monica Francisco (PSol), a reunião se mostrou produtiva. “Após ouvir as explanações conseguimos identificar que é preciso pensar em uma proposta que tenha diversos olhares. O Rio vem apresentando um número preocupante de desempregos e precisamos rever isso. É urgente a necessidade de aumentar empregos e renda, além de interiorizar a indústria“, afirmou a parlamentar.
Minas Gerais acabou de aprovar um projeto que autoriza construções de ferrovias estaduais de forma mais simples. Basicamente passou uma versão estadual do Novo Marco Ferroviário que é analisado pelo Congresso Nacional em marcha lenta. Por que o Rio não faz o mesmo enquanto o projeto federal não é aprovado?