Jackson: Cláudio Castro fez. Lula tentou desfazer.

Jackson Vasconcelos comenta a entrevista de Gesner Oliveira ao Brasil Paralelo e o sucesso da privatização da Cedae para o saneamento do Rio de Janeiro

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Foto Fundação RioAguas

Luiz Felipe D’Avila tem um programa no canal Brasil Paralelo e nele recebeu Gesner de Oliveira, que escreveu, com Artur Villela Ferreira, o livro “Nem negacionismo nem apocalipse – Economia do meio ambiente: uma perspectiva brasileira“, trabalho que deveria merecer a atenção de quem anda a dar palpites sobre o tema. Em conjunto com o livro “A epopeia do saneamento“, de Aspásia Camargo e Márcio Santa Rosa, o trabalho do Gesner forma o que encontrei de melhor sobre o assunto.

No programa do Luiz Felipe – Panorama – ele e Gesner conversaram sobre saneamento e inseriram a privatização da CEDAE como um caso de sucesso. Transcrevo o diálogo, para mostrar que nem tudo por aqui é ruim como muita gente insiste em dizer.

Luiz Felipe: Quero que você conte para nós um pouco da transformação extraordinária que aconteceu não só com os 50 bilhões já investidos em razão do novo marco do saneamento, mas, principalmente, com a questão da CEDAE, que vem mudando a vida no Rio de Janeiro.

Gesner Oliveira: Com certeza, o Rio de Janeiro, que é um cartão postal do País e é a nossa apresentação para o mundo; a cidade que mais chama a atenção para o Brasil, tem um sério problema de saneamento. O Estado do Rio de Janeiro, em seus vários municípios, está com baixa de saneamento básico. A Baía da Guanabara está poluída e nós tivemos problemas recorrentes e graves com a qualidade da água tratada ou não tratada no estado.

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Luiz Felipe: A meta de limpar a baía da Guanabara para as olimpíadas, não se cumpriu. Nada aconteceu.

Gesner: De fato nada aconteceu…uma vergonha. É realmente uma vergonha. Contudo, felizmente, através de uma modelagem muito bem feita pelo BNDES foi possível fazer uma estratégia na qual se preservou um espaço para a CEDAE como a fornecedora de água por atacado. Quer dizer que ela, através do sistema Guandu, trata a água com mais investimento e tem um sistema de distribuição com plataformas privadas. Então, hoje você tem empresas como a Aegea, como a Rio + e a Iguá, com investimentos pesados. Nos editais há a obrigação de investimentos nas comunidades, o que tem impactado a qualidade de vida dos moradores. Algo fenomenal! Isso já está sendo sentido. É apenas o começo, pois há muito a fazer. Aqueles problemas dramáticos de falta de água, de água com uma qualidade ruim e de esgoto a céu aberto estão sendo atenuados. Não serão resolvidos rapidamente, mas a população já sente um avanço razoável. Isso está mudando a cara do Rio de Janeiro e será essencial para a população.

O diálogo seguiu caminho e quem tiver interesse em conhecê-lo na íntegra (vale a pena), vá ao Canal Brasil Paralelo. O importante a perceber no trecho sobre a CEDAE é o poder que tem a vontade política. Jair Bolsonaro e o Congresso Nacional quiseram um novo marco para o saneamento. Então, a lei nasceu. O governador do estado, Cláudio Castro quis torná-la realidade e conseguiu com a ajuda da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Assim que retornou à presidência com a ajuda do Eduardo Paes, Lula tentou melar o jogo, mas o Congresso já teve uma primeira vitória a favor do povo. Coisas para pensar no próximo ano, na hora do voto.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.
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12 COMENTÁRIOS

  1. E a água escura, fedorenta, estranha que apareceu na cidade no início de 2020?
    Veio a Covid-19 em seguida e o assunto ficou esquecido.
    Me lembro de ter cancelado minha ida ao Rio devido a essa questão.
    Fui para a Bahia, valeu a pena.
    Esse problema, como ficou?

  2. E é exatamente isso, só deve ter melhorado pára quem participou dá “rachadinha”na compra dos lotes leiloados pelo governo, quê aliás vibrou mais quê a torcida brasileira quando ganha uma copa do mundo,parecia crianças em parques dê diversão, e quê interesses esses caras terão em melhorar ás condições básicas do saneamento nos estados e municípios do Rio dê janeiro nenhum, quê são daquelas corjas dê quanto pior o Rio dê janeiro, melhor é pára todo o Brasil, e mais além dos aumentos absurdos nas contas,a qualidade dá água piorou 100%, pois estamos recebendo quase uma Lama nas torneiras ao invés de água, e o pior um dia sim e outro não, isso é Brasil,se melhorar estraga,

  3. A privatização é a saída para os amigos dos amigos poderem ganhar dinheiro (leia-se depenar os cariocas).
    Vao depenar com tarifas, e entregar só maquiagem. Lá na frente farão o mesmo que o pessoal da Light e dirão que não conseguiram levar saneamento às favelas porque são áreas re risco.
    Não é preciso olhar muito para entender a formação da máfia. Basta ver quem compõe a agencia reguladora (Agenersa), quem são os advogados da Águas do Rio (todos com muito “transito” no TJRJ)

  4. Há excesso de más informações no artigo e nos comentários, principalmente.
    Primeiro, não houve privatização da Cedae, mas CONCESSÃO DOS SERVIÇOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO, ou seja, foram quatro leilões de concessões municipais, das quais o estado foi o realizador, por delegação dos municípios, como forma de equilibrar os blocos e garantir maior retorno ou, por exemplo, o Rio faria sozinho e os demais municípios não conseguiriam fazer, por terem, isolados, vaixa viabilidade.
    A Cedae é uma sociedade de economia mista por ações, controlada pelo estado, e não pode ser concedida. Sua desestatização só ocorre por venda de lotes de ações.
    Reclamações aumentaram, sim, porque agora se tem mais chances de reclamar, contra empresas privadas. Mas a média de registros na Agenersa, por exemplo, continua igual. Os casos de interrupção no abastecimento, também. Ao contrário do que escreveu o leitor Roberto, limpeza e manutenção de estações de tratamento de água são realizadas pela Cedae, que capta, trata e vende água para as concessionárias, que distribuem.
    Há muitas reclamações legitimas, que devem ser aouradas e gerar punições, mas há muira manipulação de grupos querendo manter vantagens indevidas e há desinformação, inocente e intencional.

    • Riley, concessão é eufemismo pra privatização, haja vista que um serviço e operação como as áreas atendidas antes pela Cedae, empresa de capital misto como vc bem disse (99% das ações são do Estado. Misto?), agora essas mesmas áreas são operadas por empresa privada.

      Quanto “a boa vontade de empresa privada receber reclamações”, as mesmas são atendidas? É isso que importa para o consumidor. Empresas privadas detendo o monopólio de serviços universais como água, luz, coleta de lixo, etc não se importam em ser eficiente na resolução de problemas porque o consumidor não tem opção e toda ação passa pela planilha de custos e viés de lucro.

      Sobre a interrupção do FORNECIMENTO de água para manutenção 2x ao ano, eu disse que era na época da Cedae. Os moradores eram e ainda são avisados. A Águas do Rio, sem transparência faz interrupções por outros motivos que ninguém sabe.

      Concordo que há muita desinformação… sobre o “Espetacular Serviço Privado na Distribuição de Água no RJ”. A percepção de quem recebe o serviço não é a mesma de quem propaga esse suposto sucesso.

      • Robertp, concessão não é eufemismo para privatização. São instrumentos diversos, legalmente. Independente disso, o que ocorreu foi a concessão dos serviços municipais, tealizado pelo estado por delegação dos municípios, que poderiam ou não participar, tanto que 19 cidades atendidas pela Cedae não aderiram. A Cedae não pode ser concedida, por sua natureza empresarial, somente, com permissão (já dada, por sinal) pela Alerj e com oferta devlote de ações na Bolsa, onde ainda não é negociada, mas está listada.
        É preciso parar de misturar coisas diferentes como se não fizesse diferença, mas faz. Isso é manipulação da informação.
        Como pode perceber, meus comentários incluem erros de informação tanto no texto da reportagem quanto nos comentários gerais. Novamente, falhas devem ser denunciadas e responsabilidades reformadas com as devidas punições legais, mas não se pode manipular dados, escolher o que divulgar, em um exercício de RICUPERISMO de antena parabólica, apenas para reforçar o discurso e o viés pretendido.
        Essa foi minha observação. Muita gente reclama, com razão. Muita gente, especialmente em áreas nobres, reclama a perda de inconcebíveis vantagens que perderam. É preciso separar o joio do trigo. E estatisticamente, o volume de reclamações na Agenersa, que regula os serviços, não teve variação sensível.
        Só defendo a pratica da honestidade informativa.

  5. Sucesso só se for do dinheiro embolsado. Era feliz com a CEDAE e não sabia. Aguas do Rio faz mer.da atrás de mer.da. Nunca vi ficar tantas vezes sem água, leitura disparou sem ter aumento de consumo. Acho que esse conceito de sucesso tem de ser revisto.

  6. Publi post para o Brasil Paralerdos, ops, Paralelo?

    Minha conta de água aumentou quase 100% desde a privatização e a falta de água se tornou recorrente. Antes, só 2 dias do ano era racionado para limpeza e manutenção nas estações.

    Antes que venham dizer que eu moro em comunidade ou lugar precário, eu moro na Vila da Penha. Subúrbio do RJ. Onde tem rede de água e esgoto. E meu consumo é o mesmo desde sempre. Não há canos vazando na minha casa.

    E entrega/privatização da Cedae foi um tiro na cara do carioca. Claudio Castro usou o dinheiro da privatização pra se eleger, fazendo esquema na Ceperj pra passar o dinheiro.

    Indo da contra mão do mundo todo, o Brasil, periferia do capitalismo, decide privatizar serviços chaves e necessários para a população para serem administrados sob o viés do lucro para poucos e não pela universalidade e qualidade mínima do serviço.

    Os políticos ganham sua comissão no despacho dessas privatizações.

    Ao contrário do que o Jackson diz, Lula não tentou “melar” a entrega no Congresso pois se quer era presidente na época.

    Pergunto aqui, em termos práticos o serviço depois que foi privatizado melhorou ou ficou mais barato?

    • Tem razão Roberto, aqui na Ilha do Governador, em Bancários, falta água mais do que antes na época da CEDAE e a conta aumentou muito. Normal aumentar um pouco no verão pq eu tenho piscina, mas no inverno????

      Não sei que “sucesso” é esse que tanto falam de privatização da CEDAE. Só se foi pra quem saiu ganhando $$$

    • Aqui no Méier eles quebraram as calçadas. Alguns pontos refizeram as calçadas mais ou menos, já em outros ficou uma buraqueira. Vi isso também em Vila Isabel. E a minha conta de água aumentou sem justificativa também. Mais do que a inflação e qualquer índice de preço ao consumidor – IPC. Fomos enganados.

    • Moro na Vila Kennedy e aqui tem lugares que tem que pagar o caminhão pipa pra ter água e agua pra beber tem que comprar o galão.

      Nem preciso dizer quem vende a água do caminhão pipa e do galão, né? Zona Oeste é brabo.

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