Jackson – O Rio Está em Alta

Jackson Vasconcelos faz um paralelo entre a vitória do Fluminense na Libertadores da América, a política do Rio de Janeiro e cobra trabalho do Senador Romário

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Foto: Lucas Merc?on/FFC

Estou feliz como um pinto no lixo! No sábado, o Fluminense conquistou a Libertadores e garantiu para o Brasil mais um título exclusivo. Agora, além de sermos o único futebol pentacampeão do mundo, somos também o único com cinco títulos seguidos na Libertadores. Eita, nós! E somos do Rio.

Tem gente que duvida do futebol brasileiro. Resmunga. Fala mal. Assim como tem gente que, apesar de toda a beleza e alegria que há no Rio, insiste em nos tachar de ser uma cidade ruim e sem futuro. Ao ouvir essa gente reclamar, lembro-me de uma dupla que fez parte da minha adolescência: Lippy, o leão e Hardy, a hiena. Lippy, sempre otimista. Hardy, lamentando-se, Oh! Vida Oh! Azar. Sobre eles já falei no Diário do Rio, em novembro de 2021.

O Rio é futebol e o futebol é o Rio em essência. O Fluminense conquistou a taça porque conta com o trabalho de uma equipe que tem um líder, o torcedor Mário Bittencourt. Um cara que não lamenta. Quando apanha, bate de volta, não perdoa nem resmunga. Ele está na presidência do clube por escolha dos sócios, após, diretamente, disputar três eleições e vencer duas. Antes, Mário Bittencourt participou da coordenação das três campanhas de outro torcedor, Peter Siemsen, uma fera, que, diretamente, venceu duas eleições e depois delas, colocou um indicado dele na presidência. Situação única!

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Mário é marrento e nisso está uma das semelhanças dele com Romário, que tem a marca do Rio e da marra e com o vascaíno Eduardo Paes, que apoiou a torcida do Fluminense e foi obrigado a comemorar a conquista da Taça com a mãe, irmãos, tios, tias e primos. Eduardo fez imagens da comemoração e declarou: “O único que se salvou fui eu“, referindo-se à família de tricolores. Em se tratando do Vasco da Gama, a gente até sabe o que ele quer dizer com “se salvar“.

Mário, Romário e Eduardo são cariocas. Adoram o Rio. Mário é de Vila Isabel, Romário da favela e Eduardo, de Laranjeiras. Os três escolheram a política como instrumento para chegar ao poder e nele fazer o que acreditam ser ideal para os que os elegeram. Os três gostam do futebol e gostam do samba. Mário e Romário mais do futebol, Eduardo, mais do samba. Mário é presidente do Fluminense, no segundo mandato. Romário é senador, no segundo mandato, depois de ser deputado federal. Eduardo Paes está pela terceira vez na cadeira de prefeito do Rio.

Mário tem agora o desafio de terminar bem o Campeonato Brasileiro e levar o Fluminense ao pódio no Mundial de Clubes. Não é pouca coisa. Eduardo Paes quer continuar prefeito do Rio e para isso precisa vencer a eleição no próximo ano. Parece-me, no entanto, que Eduardo terá menos trabalho que Mário, pois conta com a ajuda dos adversários, que subestimam a capacidade dele de dialogar com os eleitores e vencer eleições.

Romário, bem, desse a gente ainda espera alguma coisa a mais além da marra.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.
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