O que é terror? Uma situação de grande pavor ou de imensa apreensão. Tem-se, então, que terrorista é aquele sujeito ou grupo que provoca grande medo e pavor nos outros. Com que intenção? Mostrar força? Certamente não, mas provocar medo e tensão. Os terroristas que derrubaram as Torres Gêmeas não quiseram mostrar força, mas amedrontar o povo americano com o objetivo de, pelo medo, torná-lo vulnerável.
Por conveniência política e ocasião se quer dar à baderna que houve em Brasília o conceito de ato terrorista. Quem poderia classificar isso? Só quem sentiu medo e pavor com o quebra-quebra e não me parece crível que alguém com mais força e capacidade para enfrentar a baderna possa ter medo dela. Portanto, os baderneiros devem ser julgados como baderneiros e isso é suficiente, para que não se desvalorize os atos terroristas como aquele que tirou a vida de Lydia Monteiro, às 13h40 do dia 27 de agosto de 1980, na sede a OAB Nacional, no Rio de Janeiro ou aquele que a sorte evitou de acontecer na noite de 30 de abril de 1981, quando uma bomba destinada a matar quem estava num evento de música no Centro de Convenções do Riocentro, explodiu no colo dos terroristas. Tempos negros aqueles, quando o Brasil convivia com a falta de liberdade, com a censura, prisões arbitrárias, torturas, mortes e desaparecimentos de quem se atrevia a levantar a voz contra quem estava, ilegitimamente, no poder.
Voltei a lembrar daqueles tempos, num ciclo de conversas que tive com Rubem Medina durante alguns meses no ano passado. Ele foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1966 e assumiu o mandato em 1967. Logo depois, entrou em vigor o AI-5 e ele foi preso. Rubem Medina exerceu nove mandatos consecutivos de deputado federal, durante o tempo em que o Brasil viveu as angústias da ditadura dos generais, os atos terroristas operados dos dois lados da equação e os movimentos para devolver ao Brasil a democracia perdida em 1964, depois que o povo foi às ruas pedir que o Exército que assumisse o comando político e administrativo do Brasil.
As minhas conversas com Rubem Medina foram organizadas num livro, “Isso de política meu caro…”, uma referência à frase dita por Dr. Camacho ao Quincas Borba, numa obra de Machado de Assis, presente no livro pela importância que Machado tem para a vida social e política do Brasil, tema rico ao Rubem Medina e à família dele. No próximo dia 18, na Livraria da Travessa, no Barra Shopping, o livro será apresentado à sociedade e colocado à venda. O Rio de Janeiro, tema fundamental do Diário do Rio, está presente em todo o curso do trabalho.
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Danico concordo com vc em tudo que foi falado , esses terroristas de Brasilia não querem uma democracia , eles querem e uma ditadura a moda deles.
Os golpistas na Alemanha estão sendo tratados como golpistas. Todos presos, inclusive uma juíza. Por planejar… ou seja, nem precisou atos serem executados.
O Código Penal define os crimes contra o Estado Democrático em artigos recentemente incluídos em substituição à Lei de Segurança Nacional.
A horda que se instalou na frente dos quartéis e muitos destes partiram para Brasília carregavam faixas (antes pedindo claramente golpe, mais recente substituído pela expressão intervenção federal) não reconhecendo governo eleito, invadiram, quebraram o patrimônio público.
Tem que haver prisão e sem anistia.