Jackson Vasconcelos: A epopeia de Aspásia Camargo

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre o novo livro de Aspásia Camargo, Epopeia do Saneamento

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Define-se epopeia como sendo um poema de longo fôlego acerca de um assunto grandioso e heroico. Eis o livro A Epopeia do Saneamento, da revolução sanitária às tecnologias do futuro, que Aspásia escreveu com Márcio Santa Rosa. Mas, também é uma epopeia a ação ou série de ações heroicas. Aí temos Aspásia. Pois é desse modo que eu a entendo. O meu primeiro contato com a Aspásia foi pelos livros.  Faz muitos anos que li “Meu Século de Combate: Diálogos com Cordeiro de Farias”, obra dela com Walder de Góes. Depois veio, O Nordeste e a Política, passo seguinte, fiquei impactado com O Golpe Silencioso, porque fala das origens da república corporativa. Mas, de todos os livros que li escritos ou organizados pela Aspásia tenho no lugar mais acessível da minha estante de aulas sobre política, Artes da Política, Diálogos com Amaral Peixoto. E alguma coisa me diz que irei somar a ele um outro sobre a trajetória da democracia brasileira vista e vivida por alguém de dentro do Congresso Nacional. Coisa para janeiro. 

Depois, com o andar da vida e pelas graças da política, conheci Aspásia pessoalmente. Primeiro, um pouco à distância, aquela que o respeito intelectual chama de timidez. Depois, vieram as boas conversas sobre política e sobre o Rio de Janeiro. A cultura dela nessas áreas excede a todas as expectativas de quem só conhece Aspásia pelos livros ou à distância, por ouvir dizer. Com mais proximidade, tenho aprendido. As conversas com Aspásia não podem ser curtas. Nunca. Ela tem muito para dizer e acrescentar ao conhecimento. 

A política, essa política que só se acontece na superfície, sem muita profundidade – essa que se dá nos partidos – nunca deu espaço para a Aspásia. Dane-se, então, a política rasteira. Ela tem contribuído sem os partidos e o livro que ela coloca agora na praça, A Epopeia do Saneamento, faz mais pela política, pelo povo brasileiro e, sobretudo, pelo povo carioca, do que os com vida fácil nos partidos têm feito. 

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Por soberba, aviso a vocês que já li. Li, anotei e aprendi. Afinal, considero-me amigo da Aspásia. E como li da primeira letra à última e não posso, nunca, confesso que não consigo deixar de usar esse espaço que a paciência do Quintino me concede, para dar as minhas estocadas no Prefeito do Rio, Eduardo Paes. Gosto do cara, mas discordo do modo como ele faz a gestão da minha cidade. Ah! Se Eduardo voltasse ao primeiro amor dele pelo Rio! Ele, no entanto, está no tempo do chapéu panamá, das feijoadas e da bajulação de presidentes para conquistar votos e facilidades. No Epopeia do Saneamento, lá na parte das conclusões está dito alguma coisa sobre a Comlurb e por isso me lembrei do Eduardo, bom garoto envelhecido. Diz Aspásia: “A empresa municipal que deveria ter migrado há muito tempo da limpeza urbana tradicional para a economia circular, dizendo não às velhas práticas que a obrigam a recolher quantidades aberrantes de lixo inúmeras vezes por dia em alguns pontos da cidade. A Comlurb que, sob alguns aspectos se demonstra eficiente, definitivamente não é eficaz. Sua resistência à coleta seletiva combinada com a reciclagem e a conversão do lixo em energia é algo que precisa ser registrado. A rigor, a falta de uma política consistente de reciclagem na Região Metropolitana, através de empresas modernas e eficientes, bloqueou políticas mais avançadas e acabou favorecendo a volta dos lixões…”. Quando vocês conseguirem o livro, que será apresentado no dia 05, na Travessa no Leblon, vocês conhecerão o restante do tranco que os autores dão na política de saneamento do Rio de Janeiro. 

Vamos lá. 

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.
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