Jackson Vasconcelos: Deus e Sérgio Cabral

Colunista do DIÁRIO DO RIO diz que deve ter sido difícil a vida do Sérgio Cabral na prisão, por vários motivos, um deles certamente o fato de ele não ter alguém que ouvisse suas histórias

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Foto: Reprodução

Deve ter sido difícil a vida do Sérgio Cabral na prisão, por vários motivos, um deles certamente, o fato de ele não ter alguém que ouvisse suas histórias. Então ele saiu da cela falante. Uma das falações dele bateu na minha conta de WhatsApp. É um corte que alguém fez de uma entrevista que ele deu ao canal Metrópoles. O trecho é curto: “Eles odeiam a democracia; eles são da Direita, são preconceituosos. Eles têm horror à política de cotas; eles têm horror à vida progressista. Eles são Direita. Ainda usam o nome de Deus. Esse Bretas usava o nome de Deus; um falso evangélico. Eu sei o que é Deus. Se não fosse Deus eu não estaria vivo hoje” e chora sem perder a voz, “Eu sei o que é Deus. O que é Deus, estando sozinho na cela, 22 horas por dia…”. E seguiu falando e chorando. Referiu-se às mulheres presas de presos da Lava-Jato. “Quantos filhos; quantos irmãos!”

Sérgio Cabral foi deputado estadual, Presidente poderoso da Assembleia Legislativa, Senador da República e eleito duas vezes Governador do Estado do Rio de Janeiro. É provável, bem provável, que nenhum outro político do estado tenha tido mais poder e relevância que ele. O que ele fez com todo o poder que teve? Cabe a cada pessoa que conheceu Cabral de perto e de longe, avaliar e responder.

Tenha Sérgio Cabral feito seja lá o que for, ele pode queixar-se do Juiz que o condenou, pode lamentar as penas que sofreu, mas seria bom que percebesse que mesmo tendo passado o que passou pelas circunstâncias que viveu, ele ainda é um ser privilegiado, por contar com um sistema de Justiça que não está disponível para a maioria da população brasileira, um país com a terceira maior população carcerária do mundo, onde 41% dos presos – 337.126 pessoas permanecem presas sem julgamento, sem definição de culpa. Para essas pessoas não tem o papo furado de condenação só depois do trânsito em julgado. Para essa turma, a segunda instância nem conta.

E sobre as relações de Sérgio Cabral e Bretas com Deus, Almir Guineto explica melhor:

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Os habitantes da Terra estão abusando, ao nosso Supremo Divino sobrecarregando

Fazendo o quê?

Fazendo mil besteiras

E o mal sem ter motivo

E só se lembram de Deus

Quando estão em perigo…

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.
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4 COMENTÁRIOS

  1. Esse sujeito não deveria ter sido solto, outros que deveriam estar presos.
    Estava em prisão preventiva.
    Ora, que resolvam isso com a urgência que o caso requer, o que não pode é um servidor público ter ficado mais que milionário na vida pública. Estava lá para fazer dinheiro. Apê no Leblon, de alto luxo, casa em Guaratiba, jóias para a companheira. Devolveu?
    Prisão nele!

  2. Esse sujeito não deveria ter sido solto, outros que deveriam estar presos.
    Estava em prisão preventiva.
    Ora, que resolvam isso com a urgência que o caso requer, o que não pode é um servidor público ter ficado mais que milionário na vida pública. Estava lá para fazer dinheiro. Apê no Leblon, de alto luxo, casa em Guaratiba, jóias para a ex – primeira L/A/D/R/A/. Devolveu?
    Me lembro qdo ele posava de gente de bem no Record em Notícias, no horário de almoço. Grande ator.
    Prisão nele!

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