A deputada Jandira Feghali (PCdoB) anunciou hoje que é pré-candidata a prefeita do Rio de Janeiro. Não é a primeira vez que Jandira virá candidata a prefeita do Rio, ela tentou pela primeira vez em 2004, quando ficou em 4º lugar com 385.848 votos, atrás de Conde (PMBD), Crivella (PL) e de Cesar Maia (PFL) que se elegeu em primeiro turno.
Em 2006, então, Jandira tentou a cadeira de Senador, e foi muito bem nas pesquisas, ficando em primeiro, até o dia da eleição, quando perdeu para o atual governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles (PP). Ela teve 37,55% dos votos válidos.
Em 2008 voltou a tentar a prefeitura do Rio, mas novamente ficou em 4º lugar, atrás de Eduardo Paes (PMDB), Gabeira (PV) e Crivella (PRB). No início da campanha Jandira também ia bem na pesquisa, mas acabou suplantada pelos outros candidatos e teve uma votação inferior a de 2004, tendo 321.012 votos. E acabou apoiando Eduardo Paes no 2º turno, e novamente em 2012.
PT deve apoiar Jandira
Mas diferente das eleições de 2004 e 2008 o PT deve apoiar a candidatura de Jandira. Em 2004 lançaram Jorge Bittar que ficou em 5º, com 217.753 votos e em 2008 foi a vez de Alessandro Molon, que também ficou em 5º com 162.926 votos, só que este foi abandonado pelo partido desde o início que preferiu apoiar o então pupilo de Sergio Cabral (PMDB), Eduardo Paes.
O PT que até domingo apoiava o candidato de Paes, Pedro Paulo (PMDB) decidiu deixar o governo pelos votos que o PMDB do Rio deu pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), incluindo do próprio Pedro Paulo que saiu temporariamente da secretaria da Casa Civil do Rio só para votar em Brasília. E, inclusive, de acordo com a coluna Extra, Extra de Berenice Seara foi o presidente do PT no Rio e prefeito de Maricá, Washington Quaquá, que teria conversado com Jandira Feghali para que ela concorresse a prefeitura do Rio.
Jandira pode surpreender
Então, ao menos desta vez tempo de Tv ela terá e pode surpreender. Nos dias que antecederam a votação pelo impeachment Jandira foi um dos políticos que mais defendeu Dilma e também esteve junto do ex-presidente Lula (PT) quando ele foi levado para depor coercitivamente, fazendo vídeos, com mensagens pelas redes. Apesar da impopularidade de Dilma, ela pode angariar os votos daqueles que acham que ela não deveria sofrer o impeachment.
Por outro lado, enquanto isso ajuda Jandira, outros candidatos da esquerda podem acabar sendo atrapalhados por terem votado não. Como é o caso de Alessandro Molon (REDE), muito de sua base eleitoral é formado por católicos de classe média que se decepcionaram com o posicionamento de Molon durante o voto.
Já, no caso de Marcelo Freixo (PSol), seu partido não mostrou ser diferente do PT e isso pode atrapalhar em uma classe média que vem sofrendo com a crise econômica e esperava nele uma nova esquerda.
Juntando esses fatores, com uma eleição com muitos candidatos e bem capilarizada, não seria de surpreender ver Jandira indo para o 2º turno.
