João do Rio (principal pseudônimo do jornalista e escritor Paulo Barreto) morreu há 100 anos e alguns dias, em 23 de junho de 1921. Nasceu no dia 5 de agosto de 1881, no Rio de Janeiro que conheceu e viveu com tanta intensidade.
Considerado um dos pioneiros da crônica brasileira e também do jornalismo de rua, João do Rio escreveu para muitos veículos. Entre eles, O Paiz, O Dia, Correio Mercantil, O Tagarela, O Coió, Gazeta de Notícias, entre outros. Diversos também foram seus pseudônimos. O mais famoso deles foi assinado pela primeira vez em 1913, no o artigo “O Brasil Lê”, uma enquete sobre as preferências literárias do leitor carioca.
Entre os textos mais famosos está a série de matérias “As Religiões no Rio”, que além de seu caráter de jornalismo investigativo para a época, se tornaram importantes análises de cunho antropológico e sociológico, servindo de referência para estudos até hoje em dia.
Nestes textos, João do Rio falou muito sobre os cultos africanos que aconteciam na Pequena África, região central da cidade. Ele também era famoso pelas matérias nos morros e favelas cariocas, além de falar da vida nos grandes centros da cidade, retratando o cotidiano e os problemas dos moradores do Rio de Janeiro.
Em 1910, João do Rio foi nomeado imortal na Academia Brasileira de Letras. Ele foi o primeiro a tomar posse usando o hoje famoso “fardão dos imortais”. Homossexual, negro e obeso, ele enfrentou muitos preconceitos para ser reconhecido pelo brilhante profissional que foi.
Ficou muito famoso na fase final da sua vida. Com seus textos sobre a vida no Rio de Janeiro conquistou uma legião de fãs. Quando morreu, após passar mal em um táxi, estima-se que cerca de 100 mil pessoas tenham ido ao cemitério São João Batista dar adeus ao escritor. Ruas do Centro do Rio foram tomadas por pessoas, que caminharam até Botafogo, onde ele foi enterrado.
João do Rio viveu como poucos a nossa cidade. A prova disso está em seus escritos, que já estão em domínio público para serem lidos por todos, como foi enquanto esteve vivo.
João do Rio, 10…é nota 10…leitura digestiva e muito boa…poderia ser qualquer cidade no mundo lá estaria suas Crônicas…?
Carlos Marmelo de Sousa, seu comentário também é irrelevante para todos nós leitores.
Viva João do Rio!
Acho irrelevante a sua sexualidade e cor, independente de qual tenha sido.
Suas obras são reflexo de seu modo de viver, lugares que frequentava e, claro, da pessoa que ele foi. Incluindo aí ser negro (ou mestiço, como mais me parece) e homossexual.
Apenas uma observação : João do Rio era um português americano mulato claro , ou seja , um brasileiro mulato claro , e não negro . Lembrando que quem considera mulatos claros como pretos , são os racistas .