Há um ano, três jovens estudantes da Zona Oeste do Rio de Janeiro, fundaram o CariocaMUN, projeto que visa democratizar a educação de qualidade para jovens de baixa renda, através de atividades extracurriculares gratuitas, divulgação de bolsas e oportunidades internacionais, além de fornecer orientações sobre geopolítica e simulações da Organização das Noções Unidas – ONU.
Preocupado com esses jovens que possuem poucas oportunidades, o CariocaMUN leva palestras a escolas públicas, divulgando um mundo de possibilidades e estimulando esses estudantes a buscarem seus sonhos através da educação.
“Foi com muito entusiasmo que recebemos a equipe do CariocaMUN em nossa escola. Estamos desenvolvendo um projeto de cidadania digital e convidamos o CariocaMUN para conversar com os alunos sobre oportunidades e protagonismo juvenil. O evento foi um sucesso, com grande procura e todos bastante curiosos. É inspirador ver jovens motivando outros jovens a buscarem seu caminho através da educação”, afirma Cláudia Lobo, professora de História do Colégio Estadual Afonso Pena, no Andaraí.
Maria Eduarda Freitas, uma das fundadoras da inciativa, compartilha com esses jovens sua experiência em simulações da ONU e aplicações para bolsas em intercâmbios. Premiada pela Universidade de Yale e contemplada com uma bolsa integral para o curso de verão do The New York Times, em Nova York, a estudante afirma que a educação pode transformar vidas e abrir portas para o mundo.
“Somente a educação é capaz de realizar sonhos e promover mudanças significativas no mundo e o CariocaMUN é uma ferramenta para possibilitar essas mudanças”, comenta Duda, como gosta de ser chamada.
Além de Duda, a estudante de defesa e gestão estratégica internacional na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Suzana Marques Vieira também completa o time. A jovem, que já realizou intercâmbio na França e foi premiada em simulações da União Europeia e da Marinha do Brasil, acredita que o projeto CariocaMUN está mudando a realidade de muitos jovens, que, assim como ela, não possuíam recursos e iniciativas nas escolas públicas.
“Ir em escolas públicas me deixa nostálgica e esperançosa, lembro de quando eu estudava em escolas municipais na periferia e nem sequer tínhamos acesso a iniciativas ou incentivo para fazer atividades extracurriculares”, declara Suzana.
Para fechar o grupo, Raphael Durval, que também fundou e participa ativamente do projeto, já realizou intercâmbios e programas de verão em Washington DC e foi premiado por Yale e pela Marinha do Brasil. O estudante sonha em cursar relações internacionais e se tornar um diplomata, e divide esse sonho com os jovens que seguem o CariocaMUN, oferecendo orientação.
“Poder compartilhar desses momentos com crianças do fundamental ao ensino médio, mostra como ser jovem é potência e como nenhuma barreira ou fronteira pode impedir nossos sonhos”, comenta.
Esses jovens estudantes, cheios de sonhos, costumam ter por base a frase e a ideologia de Paulo Freire. “A educação não transforma o mundo. A educação transforma pessoas. Pessoas transformam o mundo“.
Os três sonham em romper as barreiras geográficas e alcançar um número expressivo de estudantes que se beneficiem da experiência e conhecimento que cada um tem para doar.