Juliana Benício: Como livrar o Brasil do extremismo?

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre o ambiente político do Brasil

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Congresso Nacional, em Brasília - Foto: Reprodução

No primeiro artigo da série apresentamos como o movimento moderado do TREVO surgiu e seus principais valores. Neste artigo iremos apresentar como transformamos a motivação em torno da virtude moderada em uma organização da sociedade civil que irá trabalhar para combater o crescimento do extremismo em nosso país.

É fato que o ambiente político no Brasil está tóxico. Amantes do debate político recorrentemente se surpreendem com posicionamentos e posturas radicais nas redes, expressas de diferentes formas e cada vez mais banalizadas. Não é à toa que um estudo encomendado pela Despolarize, uma organização do terceiro setor focada na despolarização política, mostrou que 30% do eleitorado brasileiro é extremista. Na mesma linha, O Globo publicou, em 27/02/2022, pesquisa que demonstra que o Brasil é o país onde extremismo de direita mais avança. Adicionalmente, pontuamos que o extremismo sempre foi campo fértil para atuação e crescimento do autoritarismo. Neste sentido, o Movimento Mobile, ONG que monitora a censura no Brasil, denunciou um crescimento expressivo das ações de censura à cultura no Governo Bolsonaro, todas elas respaldadas e apoiadas por uma legião de militantes radicais. Os números revelam que é preciso agir; sair da teoria e mover ações práticas que tragam ao ambiente político uma sanidade capaz de refutar ideias radicais e, principalmente, resgatar o debate democrático das ideias.

Hoje a fundação de uma ONG com o propósito de inspirar uma postura moderada na política é de extrema importância, e por esse motivo, que fundamos o MOVIMENTO MODERADO DO TREVO. Acreditamos que só um movimento organizado da sociedade civil será capaz de gerar uma reação constante às práticas tão destrutivas do radicalismo. Acreditamos, também, que a moderação deve ser a base dos regimes democráticos contemporâneos, porque a competição entre partidos não pode funcionar adequadamente sem compromisso e negociação. O sucesso do governo representativo e de suas instituições depende, em grande medida, de uma postura moderada. Dito isso, seguem nossas principais linhas de atuação para ampliarmos a base de moderados na política brasileira:

  1. Realizar plenárias virtuais para debater um tema da atualidade sob perspectiva moderada: As plenárias de debate promovidas pelo movimento serão ambientes seguros e livres do preconceito e dos ataques tão comuns das redes sociais brasileiras, onde o extremismo cresce. Cada encontro gerará um artigo para ser publicado no blog do movimento. Os artigos produzidos pelo movimento serão públicos e servirão de referência para estudiosos e amantes da política em busca de compreender as ponderações inerentes e necessárias ao debate político democrático.
  2. Certificar ativistas e políticos moderados por meio do selo do Trevo: o MOVIMENTO DO TREVO irá divulgar em suas redes os políticos que se comprometem com a causa moderada e oferecer para eles um espaço de defesa para justificar ideias e posicionamentos que forem vítimas de ataques e cancelamentos.
  3. Investir em pesquisa que desenvolva ferramentas contra a manipulação do debate nas redes sociais: Atualmente diferentes práticas de manipulação da opinião pública, por meio da fabricação de uma falsa manifestação de apoio ou rejeição a determinado ponto de vista, têm sido crescentemente adotadas pelos extremistas. O MOVIMENTO DO TREVO vai mapear e investir grupos de pesquisa que gerem soluções contra o falso debate e falsa censura.

Aristóteles defendeu a moderação como uma das principais virtudes e com papel vital para a construção de todas as formas de excelência moral. Por isso, nós, os fundadores da ONG do MOVIMENTO DO TREVO temos um sonho: que um dia o movimento moderado não seja mais necessário. Nesse dia, os moderados terão se disseminado em nossa sociedade de tal forma, que os extremistas passarão a ocupar o seu devido lugar no debate político: inexpressivo e escanteado.

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Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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Mãe de 4 filhos: Neto, Hugo, Ana Júlia e Augusto. Política niteroiense, escritora do livro "Política e a Vida Real". Doutora em Engenharia de Produção, Mestre em Economia, Coordenadora de Propriedade Intelectual e Transferencia de Tecnologia do IFRJ e Avaliadora de Ensino Superior no INEP/MEC
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7 COMENTÁRIOS

  1. Excelente comentário. Só serve pra aumentar minha admiração pelos honestos que ainda existem, mesmo mto poucos na política onde o Eu vem sempre em primeiro lugar.

  2. Perfeito seu comentário Thales, glamurizar o roubo, o assédio, a pedofilia, a falsa defesa das mulheres é uma forma encontrada por esses defensores do nada, e sempre colocam seus currículos de pós, phds, como um escudo de que sabe mais do que todos. Só esquecem da da UP universidade do povo que vive seu dia a dia numa luta constante pela sobrevivência.

  3. Sério isso?!? Extremismo de direita… de esquerda não existe?!? Não vi em país algum do mundo usarem a cabeça do presidente como bola de futebol, chamar de genocida (ato de extermínio proposital em massa), jornalista falando do pq quer o presidente morto e muitas outras (posso passar à noite toda escrevendo se quiserem)… me pergunto como o Diário do Rio deixa uma matéria de uma militante ir pro ar dessa forma… ao invés de ponderar olhando os dois lados, milita e errado!!! Globo como referência?!? Pela pesquisa de intenções de voto da globo em 2018, Witzel tinha menos de 2% das intenções de voto e quase foi eleito no primeiro turno, Bolsonaro tb não seria eleito rsrs… acaba com a mamata de artistas e acham ruim?!? Sou trabalhador, quero subsídio para sustentar minha família, pouco me importo com fama, que tal?!? Melhor dar pra mim ou pra um artista como Caetano Veloso morar na França com 70 milhões de reais declarados no IR… vergonha hein… jornal decaindo de qualidade, foi uma coisa que mencionei anteriormente da motivação das pessoas não acreditarem nas mídias de massa… esse tipo de matéria que não expressa a realidade vivida pelos brasileiros, e sim, de pessoas que vivem em um mundo de “faz de conta” em suas bolhas marxistas em metros quadrados inacessíveis para reles mortais como eu e 98% da população… elite hipócrita infelizmente, que grita viva o SUS, mas possui seu plano de saúde pago todo o mês e saindo correndo para a rede d’or quando dá uma topado com o “mindinho” no pé da cama…

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