Neste domingo (25/09), a Ladeira da Glória, na Zona Sul do Rio de Janeiro, se transformará, definitivamente, em uma galeria de arte urbana a céu aberto. Isso porque um mural, elaborado por seis artistas que utilizam diferentes tipos de linguagens, será inaugurado às 11h no local visando resgatar as matrizes indígenas e africanas do charmoso bairro e da própria Cidade Maravilhosa.
Vale ressaltar que a Glória foi o berço da civilização da capital fluminense. Na região, ficava localizada a aldeia Karioca, muito antes dos exploradores portugueses chegarem. A alcunha, como já se sabe, é o que referencia as pessoas nascidas no município do Rio.
Os artistas atuantes no projeto foram convidados pela museóloga e curadora Mariana Várzea para recriar o caminho sobre os muros da Ladeira da Glória, do número 28 a 96, e cada um deles implementou sua respectiva visão sobre o tema. O mural-galeria, que ocupa 300m² de muro, pode ser visitado diariamente, a qualquer hora e de forma gratuita.
O artista Antonio Ton, por exemplo, foi escolhido para criar um mural com referências a essas várias camadas históricas. Já Mana Bernardes elaborou um poema inédito e o registrou com sua linguagem manuscrita sobre o mural, enquanto o radialista indígena Anapuaka Tupinambá, criador da primeira rádio indígena do Brasil (Yandê) foi o responsável pela composição sonora inédita para a obra.
Somam-se a estas intervenções as fotografias em grande formato do antropólogo Milton Guran e do fotógrafo Cesar Duarte. O projeto, que tem o apoio da ESPM, contará também com a participação, como convidado, do designer Jair de Souza, que trabalhou na unidade visual da obra.