O projeto de Naturalização da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul da cidade, deu início a mais uma etapa de conservação do espaço, na tarde desta terça-feira (25). Na altura do Parque do Cantagalo foram plantadas mudas de espécies de restinga para a restauração ambiental da Lagoa. A ação contou com a participação de 20 crianças da colônia de férias do Parque da Catacumba e de moradores dos bairros do entorno. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Subprefeitura da Zona Sul, a Fundação Rio-Águas, o biólogo Mario Moscatelli e sua filha, a paisagista Carolina Moscatelli.
“Hoje é um dia muito importante. Todo esse espaço aqui era água. Com o tempo, colocaram terra, asfalto e a lagoa foi diminuindo. O que estamos fazendo é plantar para devolver esse espaço para a Lagoa. E, melhor ainda, contando com a participação das novas gerações: são vocês que estão plantando o futuro!”, explicou o subprefeito da Zona Sul, Flávio Valle.
O presidente da Fundação Rio-Águas, Wanderson Santos, destacou que a ação visa devolver à natureza o que dela foi tirado. Santos disse ainda que é preciso mudar de rota quanto aos cuidados com a questão ambiental.
“Estamos devolvendo à natureza este espaço que foi perdido, ao longo do tempo, e enviamos mais uma vez uma mensagem clara que precisamos mudar de rota e preservar. Entender a importância destes ativos ambientais, desde cedo, é o melhor caminho para termos um futuro melhor”, disse o presidente da Fundação.
Já o coordenador do projeto, o biólogo Mario Moscatelli, explicou que o momento de se concentrar na recuperação da Lagoa é agora, pois as agressões que ela vem sem sofrendo há 100 anos são intensas.
“Eu ouço, desde que eu era mais jovem, que as próximas gerações vão dar um jeito em tudo que temos feito. Isso está errado. Nós temos que dar um jeito agora, pois nós abusamos do direito de errar e elas (as crianças) vão dar continuidade à recuperação. Esse pequeno plantio é um símbolo do que imaginamos que deve acontecer no Brasil e no mundo. O tempo da conversa acabou. É hora de agir. O planeta precisa de ação”, pontuou o biólogo.
Vera Carvalho, moradora do Jardim Botânico, sempre participa de ações do gênero. Para ela, o plantio das mudas é um momento histórico do qual está participando, além de contribuir para a biodiversidade do local.
“Sempre que há atividades, venho participar. Acredito que o envolvimento da comunidade com o projeto seja muito importante, além de ajudar com a fiscalização das boas práticas de todos com o espaço, é muito gratificante saber que estou ajudando a preservar o planeta e a nossa Lagoa. Não vejo a hora de ver novas espécies de aves habitando o local”, afirmou a moradora do Jardim Botânico.
O projeto de Naturalização da Lagoa Rodrigo de Freitas introduziu mudas de grama de mangue, samambaia do brejo, algodoeiro de praia e mangue vermelho. A comunidade vegetal vai ocupar a área que era utilizada pela ciclovia e que ficava constantemente alagada. Com a ação pretende-se recuperar o traçado original da Lagoa.
O Parque dos Patins será o próximo ponto a passar por naturalização, logo após a conclusão dos trabalhos no trecho do Parque do Cantagalo. A previsão é de que os trabalhos tenham início em setembro e sejam finalizados em 60 dias.