Há 4 anos, uma venda de suma importância para a cidade do Rio de Janeiro foi finalizada. Após anos de abandono que quase transformou o importante conjunto arquitetônico do Cosme Velho em ruínas, a rede de hotéis Accor acabou comprando todo conjunto arquitetônico do Largo do Boticário por cerca de R$ 17 milhões (apesar do valor total não ter sido confirmado).
O lote era composto de 7 casas de propriedade, sendo 6 de uma mesma proprietária, Sybil Bittencourt, herdeira do jornal Correio da Manhã. Os imóveis, tombados pelo INEPAC (órgão estadual de patrimônio), serão transformados em um importante pólo de hotelaria, em um dos pontos mais lindos da cidade. A bandeira hoteleira utilizada pela Accor – mesma dona do Fairmont e do Sofitel, além de Ibis, Pullman e MGallery – no local será Jo&Joe.
Após o fechamento da venda dos 7 imóveis, a rede hoteleira francesa iniciou as obras do conjunto arquitetônico, que foi totalmente restaurado. A obra estaria orçada em mais de 40 milhões de reais, e ‘comeu solta’ durante pelo menos 3 anos, sob a atenta observação dos moradores e freqüentadores do recanto, um dos únicos locais onde ainda é possível ver-se o rio Carioca – que deu nome a nosso gentílico – a céu aberto.
A venda foi feita pela Sérgio Castro Imóveis, que chegou a levar o Largo do Boticário até a uma feira chinesa procurando compradores. A venda dos cerca de 6.000m2 levou cerca de dois anos e teve vários desafios. É o que diz Claudio Castro, diretor da imobiliária:
“A equipe da Sergio Castro, em 2 anos de trabalho, conseguiu reerguer a imagem do Largo do Boticário, sanar as dúvidas do mercado, eliminar lendas urbanas sobre a propriedade, e por fim conseguiu exatamente o que queria: uma empresa compradora que está dando de presente ao Rio de Janeiro um de seus mais lindos monumentos”. Castro lembra que Walt Disney foi recebido nos imóveis na época que serviam de residência à família Bittencourt e que teria sido lá que criou o personagem “Grilo Falante”, quando um pequeno inseto pousou nas mãos de Sybil Bittencourt, ainda criança. Também foi lá que a ex-proprietária teve seu retrato pintado por Cândido Portinari, além de o logradouro ter recebido sets de filmagem hollywoodianos, para filmes de 007 e Terence Hill.
Na ocasião da venda, finalizada em 2017, o corretor conseguiu o apoio do Poder Público, incluindo o de vereadores do PSol ao DEM, além dos vizinhos, para evitar que o Largo do Boticário continuasse abandonado e acabasse se transformando em ruínas. Um dos prédios, o amarelo, estava invadido. A atuação dos vereadores Dr. João Ricardo e César Maia foi fundamental, assim como do falecido Fernando William.
“Em conjunto com a nossa equipe, o crédito deste sucesso é partilhado com os vizinhos que sempre nos apoiaram e os integrantes da câmara de vereadores, que possibilitaram o uso comercial daquele conjunto, atendendo ao pleito nosso, de nossa cliente e da comunidade“, pontuou Castro.
O empreendimento hoteleiro fica pronto em poucos meses e a retirada dos andaimes das suas históricas fachadas foi um evento falado em toda a cidade. A foto principal que ilustra a reportagem circulou em grupos de whatsapp e demonstra o nível de cuidado que a Accor teve com o conjunto, que retorna, agora, a seus melhores dias.
O DIÁRIO DO RIO já postou aqui sobre a história do Largo do Boticário. Leia.
Esse DIÁRIO DO RIO foi o melhor acontecimento jornalístico de todos os tempos!
Rolem toda a barra e vejam ao final, nos tópicos da estrutura do jornal, o item MISSÃO E VALORES!
Trata-se de um órgão de imprensa que há muito estávamos precisando.
Que, entre explorar as mazelas do Rio, por sensacionalismo barato/rasteiro, que só faz derrubar a imagem da cidade, optou por mostrar as coisas boas do nosso cotidiano.
Era o contra ponto que estávamos precisando, para nos aliviar do bombardeio diário que pratica a ” grande imprensa”.
Vida longa para o DIÁRIO DO RIO !
Que cresça e amplie muito seu público por todo o país.
Verdade! Adoro o Diário do Rio.
Chega de imprensa que só vive de notícia ruim.
Turismo, turismo, turismo…