Nesta quarta-feira (6), o Centro de Artes da UFF, em Icaraí, Niterói, receberá dois espetáculos de dança contemporânea que exploram questões profundas de identidade, ancestralidade e existencialismo. As apresentações dos solos “Dança macabra”, de Laura Samy, e “Ocas”, de Leonardo Laureano, começam às 19h, com ingressos a R$ 10.
Laura Samy, cuja trajetória é marcada pela fusão de linguagens e inspirações que vão da literatura ao cinema, traz à cena uma obra criada em 2015 que questiona a sobrevivência e a morte. Por sua vez, Leonardo Laureano explora, em “Ocas”, a simbologia de identidade racial e histórica, questionando o papel das bandeiras e símbolos em nossa sociedade.
Dança macabra
Em “Dança macabra”, Laura Samy constrói uma narrativa inspirada no cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, no poeta Henri Michaux e em composições de Ennio Morricone. A performance começa com a bailarina já em cena, acompanhada por dez cubos que são dispostos no palco e utilizados para criar uma série de contrastes e dialéticas: “visível e oculto, real e imaginário, vida e morte”, descreve Samy. O corpo da bailarina assume formas inspiradas no cubismo e se transforma em figuras simbólicas como pássaros e a própria Morte.
“O público se depara com uma desconstrução do corpo e do espaço que transcende o imaginário,” afirma Samy. Desde sua estreia, “Dança macabra” passou por palcos importantes como a Escola de Cinema Darcy Ribeiro e o Teatro Cacilda Becker.
Ocas
Criado em 2023, “Ocas” teve sua primeira apresentação em Londres, no teatro Sadler’s Wells, e representa uma jornada pela ancestralidade e história de vida de Leonardo Laureano. Com uma bandeira como ponto de partida, Laureano questiona as representações de identidade e pertencimento, convidando o público a refletir sobre o que significa ser negro no Brasil contemporâneo. “É a exploração do meu corpo como espaço político e histórico,” explica o bailarino.
O palco nu e a túnica que Laureano veste evocam significados antigos e novos, representando a resiliência e a força de narrativas que falam de lutas e conquistas ao longo dos séculos.
“Dançar é uma expressão de resistência e coragem,” reflete Laureano. “Este solo é uma homenagem às histórias que carrego.”
Fichas técnicas
Dança macabra
- Encenação, direção e interpretação: Laura Samy
- Interlocução dramatúrgica: Renato Linhares
- Cenografia: Antonio Pedro Coutinho
- Luz: Tábatta Martins
Ocas
- Concepção: Leonardo Laureano e Breakconvention
- Direção, criação e performance: Leonardo Laureano
- Desenho de luz: PJ
- Trilha sonora: Suren & LZN
Serviço: Projeto Repertórios
- Data: 6 de novembro, quarta-feira
- Horário: 19h
- Local: Centro de Artes da UFF (Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí, Niterói)
- Ingressos: R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia)
- Duração: 80 minutos
- Classificação: 14 anos