Por Silvana Vargas
Hoje se comemora o Dia Internacional da Poesia. A tradição liga a poesia à primavera pelo lirismo que a data evoca.. Antigamente os poetas vinham dos mais diverso formatos,tamanhos,modelos. Havia os santos, como San Juan de La Cruz,os guerreiros como Camões, os nobres como Guilherme de Aquitânia , os criminosos condenados como François Villon e os pacifistas como Tíbulo(seriam os primeiros poetas marginais?)
Mas se a poesia não é obrigada a dizer nada, pode dizer tudo. No entanto,nem tudo é facilmente dizível.E descobrir como expressar certas questões esta é a árdua tarefa do poeta.
Hoje, a poesia recebe um legado onde repertório estreito e formas fáceis e devidamente testadas popularizam o gênero.
Não dá para dizer se é bom ou se é ruim, mas quem se submete à ditadura do coloquialismo e divaga sobre si mesmo ou sobre o cotidiano num prosaísmo banal não faz poesia.
E, é por isso, que o em outras formas de arte (música por exemplo) encontramos verdadeiros poetas com suas letras de música tão bem ritmadas e sonoras.
Quem duvida da eufonia poética nas letras de parcerias famosas como Chico Buarque e Vinícius de Moraes? Ouçam Gente Humilde e tantas outras
E por falar em Chico Buarque vem a aí outro livro do autor. Trata-se do seu mais novo romance que deve ser lançado numa badalada livraria carioca nos próximos dias e vai somar aos outros trabalhos já publicados.
E deixando dessa prosa, aqui está minha contribuição incrementando o movimento do Dia Internacional da Poesia.
Adeus, juventude
Há muito que
Não chupo pitanga no pé
Há muito que
Não pego a estrada no final de semana
Levando na mochila nada além de filtro solar e repelente
Há muito que
Deixei de fazer mechas coloridas no cabelo
Há muito que
Esqueci como é bom tomar banho de chuva
Há muito que
Não perco a hora de acordar
Desconfio que larguei lá trás
Enorme segredo.