Devido às aulas presenciais terem passado grande parte do tempo suspensas, por conta da pandemia do Coronavírus, uma das atividades de lazer que crianças e adolescentes mais buscaram para ocupar o tempo na quarentena foi soltar pipas. Com isso, quase que automaticamente, a quantidade de aves feridas por linhas cortantes cresceu consideravelmente.
Desde março, quando teve o início o período de isolamento social no Rio de Janeiro, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres da Universidade Estácio de Sá encontrou 113 fragatas machucadas nos arredores da Baía de Guanabara. Em 2019, no mesmo período, foram somente 15.
De acordo com a veterinária Daphne Wrobel, no entanto, esse número ainda está subestimado, pois o grupo não é chamado para todos os resgates. Ainda segundo ela, as linhas servem como uma espécie de lâmina para os animais.
”Linhas com cerol ou chilenas são bastante cortantes e acabam ficando bem tensionadas enquanto a pessoa está soltando a pipa. O animal passa, e aquilo funciona como uma lâmina, lesionando estruturas importantes para o voo”, explicou.
Já segundo o biólogo e veterinária Jeferson Pires, nem todas as aves acabam conseguindo voltar a voar normalmente depois.
”A gente tem que fazer uma avaliação muito minuciosa para ver quais são os animais que teriam capacidade de reintrodução, mas é muito difícil a gente ter um animal que vá conseguir voltar para a natureza. A gente tenta fazer a soltura desses animais, mas a grande maioria acaba perdendo a liberdade”, disse.
Essa linha chilena é mortal!
Sinceramente, não sei quais medidas seriam realmente eficazes para coibir o seu uso.
A questão dos balões, embora tenhamos uma razoável reduzida em relação ao passado, nos mostra que não é fácil.