Embora o retorno para o Rio de Janeiro fosse certo, não tem como negar que havia uma pontinha de esperança de que as coisas tivessem saído 100% como o programado. Afinal de contas, foram meses buscando preparar da melhor maneira a nossa casa.
De volta para a Cidade Maravilhosa fomos direto para o galpão, onde faríamos de tudo para ajustar as coisas dentro de uma semana.
Começamos pela parte da cozinha. A primeira tarefa foi fixar melhor a torneira da pia que estava levemente frouxa na base, o que nos fez identificar uma nova questão: não havíamos colocado um acesso por dentro do armário. Isso nos fez passar o dia na árdua missão de retirar a cuba da pia, cortar o compensado da parte interna da bancada e prender melhor as braçadeiras das mangueiras. Revivemos a certeza de que a teoria é muito mais rápida.
Mais uma lição vista na prática: por mais que se busque pensar sempre na manutenção futura durante a construção, nunca há como prever todos os cenários.
No dia seguinte partimos para outra bancada, precisávamos de uma trava para nosso gavetão de panelas não abrir na estrada e aproveitamos o embalo para revisar as corrediças de mais duas gavetas. Ufa, essa parte foi mais tranquila.
A última missão era a mais aguardada e temida: precisávamos dar um jeito na porta do banheiro. Colocamos algumas borrachas de vedação na porta camarão, mas tínhamos que ser cirúrgicos, do contrário ela não fecharia. Colocamos tudo no lugar convictos de que não teria erro. Hora do teste. Vazou! Tentamos refazer com uma outra espécie de borracha. A porta não fechava!
Na manhã seguinte buscamos outra solução, refazer o batente da parte inferior da porta. Porém, se tivesse algum erro no corte seria perda total. Centímetro por centímetro fomos medindo até chegar no cenário ideal para complementarmos com borracha também essa parte debaixo. Hora do teste. Vazou! O tiro de misericórdia seria a implementação de um complemento no batente pela parte interna da porta. Bingo! Vencemos a água.
Com a casa em ordem, era hora da mudança.
Se por um lado o coração estava acelerado pelo tão aguardado momento, do outro estava desesperado em saber como encaixar tanta coisa em tão pouco espaço.
Lembrando que a casa tem 8m2, ou 14m3 se preferir, dentro dela teria que entrar: roupas de cama e banho, de verão e de inverno, utensílios de cozinha, material de limpeza e higiene pessoal, ferramentas, conexões hidráulicas e elétricas, eletroeletrônicos e ainda sobrar espaço para comidas e bebidas.
Com a viagem teste conseguimos definir onde ficaria a maior parte de cada um desses itens. O grande lance era escolher o mínimo necessário e fazer caber em cada compartimento.
Não precisamos de muito esforço para te convencer que a parte mais difícil disparada foi das roupas. Sério, imagina colocar o armário da sua casa dentro de duas malas de mão, uma para o verão e outra para o inverno. Também não é complicado imaginar que havia uma certa “disputa” por qualquer espaço da casa que estivesse vago.
A ideia do minimalismo é linda, mas na prática vamos te contar que não é nada fácil.
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Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.
