A Livraria Cultura, uma das redes mais tradicionais do Brasil, teve o seu processo de falência decretado pela Justiça de São Paulo, nesta quinta-feira (9). Há quatro anos, a 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central Cível havia acatado o pedido de recuperação judicial da empresa, que, na época, alegou enfrentar uma crise econômico-financeira, com dívidas de R$ 285,4 milhões – a maior parte com fornecedores e bancos. Na ocasião, a Cultura pediu recuperação judicial.
A decretação da falência da rede veio após o não cumprimento do plano de recuperação, segundo o Ralpho Waldo De Barros Monteiro Filho. Ainda segundo o magistrado, o novo plano de recuperação, firmado em 2021, também não teria sido cumprido pela Livraria Cultura.
“O comportamento das recuperandas nestes autos tem demonstrado muito o contrário: em verdade, em diversos momentos, beira o descaso para com o procedimento recuperacional e para com o Juízo, que deu diversas oportunidades para suas manifestações, mas sem a vinda de conteúdo materialmente útil à comprovação do cumprimento do plano”, afirmou a juiz em sua sentença, de acordo com o G1.
Ralpho Waldo De Barros Monteiro Filho destacou que a empresa, além de não ter fornecido a documentação exigida, também não teria quitado integralmente as dívidas trabalhistas até junho de 2021, data acordada com a Justiça. Na sentença, o juiz frisou o vencimento do período de pagamento a credores.
A inadimplência da empresa ultrapassa R$ 1,6 milhão, “não se verificando qualquer perspectiva quanto à possibilidade de adimplemento,” diz a sentença.
A Livraria havia solicitado, em 2020, uma mudança no plano de recuperação, destacando que a falência poderia ser decretada. A Justiça, no entanto, negou a mudança.
Desde 2015, a Livraria Cultura enfrentava uma forte crise em decorrência do encolhimento do mercado editorial. A Cultura contava com apenas duas lojas físicas, sendo uma na capital paulista, e outra em Porto Alegre (RS). A organização ainda manteria operações pelos canais digitais.
Em 11 de outubro de 2018, a unidade da rede, no Rio de Janeiro, Livraria Cultura Cine Vitória, encerrou as suas atividades. A filial foi inaugurada em 17 de dezembro de 2012 e era a maior livraria do Centro da cidade, com quatro andares e 3,2 mil metros quadrados. No subsolo do espaço, que ficava no número 45 da Rua Senador Dantas, funcionava o Teatro Eva Herz, que também deixou de funcionar.
A livraria ocupava o espaço do antigo Cine Vitória, inaugurado em 1942, com a exibição do filme “O grande ditador”, de Charles Chaplin. Nas décadas de 1980 e 1990, o cinema entrou em declínio, encerrando as atividades em 1993.
O local ficou ocioso por mais de 20 anos. A família Herz alugou e recuperou o espaço, após três anos e meio de obras, para a abertura da Livraria Cultura.
As informações são do G1.
o brasileiro faz o que todos fazem: migra para o digital. e o livro não supera esse meio. a priori, está em fase de extinção e o ebooks não foram a resposta adequada. num mundo cada vez mais rápido, onde textos curtos e objetivos “dão o recado”, adaptar-se é um desafio. as mesmas pessoas que não lêem livros, o fazem muito no zapzap e interagem o suficiente, para atender suas necessidades. eu posso adquirir livros e o fazia bastante até uns 5 anos. mas agora está contraproducente. prefiro mil vezes assinar um canal especializado, do que “perder tempo” lendo. o fluxo de informação é maior e a possibilidade de interação com outras pessoas, enriquece o assunto. clarice lispector dificilmente viverá no mundo conectado. não há mais tempo para orações subordinadas…
O setor de livros presenciais está fadado a quebrar. O brasileiro já não gosta de ler. O Loola diz que ler dá dor de cabeça. A Livraria Cultura já não tinha gestão, assim como a Saraiva. Enfim, #FazOL livraria cultura! Adeus. Primeira de muitas falências neste governo de desmiolados.
Também aos bolsominions que não gostam de ler… preferem recortes chamativos e distorcidos da realidade…