O mercado de livrarias do Rio de Janeiro sofreu mais um duro golpe. Após 31 anos de funcionamento, a Livraria Galileu, da Tijuca, na Zona Norte do Rio, encerrou as suas atividades na última sexta-feira (30). A unidade da Rua Major Ávila teria sucumbido à concorrência das lojas virtuais.
Uma funcionária da Galileu, que não quis se identificar, disse ao jornal O Dia, que o dono da livraria, que conta com idade avançada, tomou a decisão diante da forte concorrência imposta pelas vendas online. Ela destacou que perdem a cultura, e os funcionários, que estão todos desembargadores.
“O motivo seria a concorrência com as lojas virtuais e o patrão, que já está com uma idade avançada, decidiu por isso. Hoje, a gente não tem mais tanta loja física. As lojas virtuais estão acabando com tudo. É uma concorrência forte e desonesta. Para a cultura, o fechamento é uma grande perda. Para os funcionários também, já que serão demitidos”, disse a mulher que, segundo o jornal, estava no local, nesta quarta-feira (4), guardando os livros da unidade.
Para moradores da Tijuca e bairros próximos, o fechamento da Galileu é uma perda inestimável, uma vez que a livraria contava com um ótimo e diversificado catálogo de títulos. Mais do que uma livraria, a Galileu representava um espaço de sociabilidade e troca de informações e dicas culturais para os seus usuários.
Para a presidente da Associação Estadual de Livrarias do Rio de Janeiro (AEL), Danielle Paul, o fechamento de livrarias é motivo de “alerta social”, já que elas são espaços também para formação de novos leitores, além de possibilitar um diálogo intergeracional.
“Penso que o fechamento de livrarias a qualquer momento é motivo de alerta social. Livrarias não existem para vender apenas livros. São ambientes de sociabilidade, diálogos através de escritos que dizem dos seus tempos. São muitas as vozes que falam em livrarias, e podem ser incríveis os encontros que ambientes como esses propiciam”, afirmou Danielle Paul, destacando ainda que as livrarias são mapeadoras de interesses locais, pois montam os seus catálogos em consonância com perfil etnográfico da região.
“Penso que uma livraria num bairro, é como um espaço para o mapeamento de interesses locais na forma de livros. As livrarias tendem a compor seus acervos de acordo com demandas locais. Quando um espaço como esse fecha, acho que o bairro perde o que eu pensaria como ‘um espelho em textos'”, disse a presidente da AEL ao veículo.
No momento, apenas a Galileu do Largo do Machado, na Zona Sul do Rio, está em funcionamento. Em 2022, Ipanema perdeu a sua unidade. Agora, os moradores da Zona Norte ficaram órfãos da sua Galileu.
As infrmações são do jornal O DIA.
Com todo respeito, DISCORDO da abordagem do articulista. Não é verdade que o fechamento da loja física da Livraria GALILEU da Tijuca representa um golpe no mercado de livros. Ocorre que o acesso ao livro deixou de ser algo elitizado, restrito às lojas físicas e para quem tinha condições financeiras favoráveis. As lojas virtuais e os Sites de Literatura e vendas contribuem positivamente para o acesso ao livro e ao conhecimento, com custos mais baixos. Hoje, podemos baixar livros de grandes autores e dos Clássicos da Literatura. O livro de papel é algo absoleto e desnecessário. Infelizmente os proprietários da Livraria GALILEU não tiveram a percepção do alcance e da importância da Revolução Digital. Caso tivessem tido esta percepção, teríamos a GALILEU ONLINE. A empresa continuaria ativa, forte e com maior abrangência. É impossível contrapor-se à Revoluçao Digital.
Só falta a travessa fechar, só pra ver aqueles atendentes pedantes na rua.
Que lamentável… Menos um espaço para buscarmos conhecimento, cultura e entretenimento.
Para mim, é motivo de luto!
As livrarias Online são importantes, os preços e condições de pagamentos sáo melhores, mais no meu entender o que leva ao fechamento é que o Estado do Rio de Janeiro, Principalmente o Municio do Rio de Janeiro, está com a Economia em Baixa, Muita Violência em todos os Bairros, emprobrecimento das Pesoas, dessinteresse dos Jovens pela Leitura, Governos que não incetivam a Cultura, “Um Povo Culto Pensa e Tudo que os Políticos não querem e que Pensam, pois se pensassem náo seriam os corderinhos que eles querem”. Agora é só olhar para São Paulo que crescem a cada dia as Livrarias de Ruas, não só vendem livros, mais são lugares de encontro com seus cafés para uma conversa social, eu tenho muita saudade da Livraria Cultura da Cinelândia, da Travessa da Ouvidor e Tijuca.
Acho que pode ser acrescentado mais um motivo, por mais que não se goste do assunto: A livraria é um ambiente social e disseminador de cultura, mas com polarização política a sociedade não gera frutos ou se nascem, são imperfeitos. Junte isso a oscilação das restrições de circulação de pessoas, empobrecimento da força de trabalho jovem (os maiores consumidores de cultura e de maior renda estão envelhecendo cada vez mais sem reposição), violência estrutural da cidade e das pessoas no mesmo caldeirão.
Gente, é só derrota! Uma após a outra.
Fico com o texto de um outro leitor deste jornal noutra matéria: “Hoje o Rio não é mais um lugar de ir e vir, é um lugar de sair”.
Não querendo julgar, também lamento muito a perda de empregos, mas então por que não tentar vender só na internet? É uma marca forte, não começaria do zero…
É como disse bem o Jorge… o mercado mudou, os costumes mudaram. Não justifica mais uma livraria. O online tomou conta deste negócio.
Quem reclama e lamenta joga para a plateia, provavelmente na hora dos vamos-ver tá comprando a rodo na Amazon com seus kindles…
“Ela destacou que perdem a cultura” – a cultura não perde nada, só ganha! o motivo real é a migração da clientela para livrarias virtuais, que dão mais conforto a quem compra.
essa mudança é sinal dos tempos e impacta toda a vida da gente. não tem volta. recentemente as consultas médicas online foram regulamentadas. serviços online afloram. é tempo de adaptação e mudança. uns vão e muitos vem.