O mundo esportivo anda bastante agitado com toda a discussão a respeito da participação de atletas trans no desporto feminino. Aqui na terra de Arariboia, nasceram muitos atletas ilustres. Minha conterrânea Fernanda Keller, por exemplo, ícone do esporte feminino, que já foi reconhecida pela Forbes como a atleta feminina mais influente do Brasil, ocupou seis vezes o pódio com a terceira colocação no Ironman do Havaí, campeã brasileira, cinco vezes campeã do Ironman Brasil, recordista americana. Seu currículo é vasto, e fica o questionamento: será que ela teria conseguido tantas vitórias se tivesse competido com atletas trans em sua trajetória?
O triatlo, praticado por Fernanda, é composto por três modalidades esportivas: a corrida, a natação e o ciclismo.
Natação
No ano passado, a atleta trans norte-americana Lia Thomas chamou bastante atenção na Liga Universitária Americana. Ela começou a competir por sua Universidade, a Pensilvânia, na equipe masculina entre 2017 e 2020. A sua performance até então, era apagada. Em 2021, fez a transição para o sexo feminino.
Em 2015, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu alguns requisitos para a inclusão de atletas trans nas competições mundiais.
Atualmente, elas não precisam fazer cirurgia, mas quem se declara do sexo feminino necessita manter o nível de testosterona inferior a 10 nmol/L por um ano. Os exames são feitos antes dos jogos, regularmente durante a temporada, o que foi cumprido por Lia.
Com a dimensão de seus resultados, ela foi a primeira mulher trans campeã da Liga Universitária, e com o destaque dado a ela pela imprensa, a Fina (Federação Internacional de Natação), ainda prepara uma nova regulamentação, sem data para ser anunciada. A USA Swimming publicou recentemente uma nova regra: estabeleceu a mudança do nível de testosterona de 10 para 5nmol/L e o prazo de controle aumentou de 12 para 36 meses.
Atletismo
Já no atletismo, nesta última semana, o Conselho Mundial de Atletismo proibiu a participação de atletas trans nas modalidades femininas. O Conselho disse que, antes de pensar na inclusão, vai priorizar a justiça e a integridade da competição feminina. Em março de 2023, a atleta trans Valentina Petrillo venceu pela oitava vez, batendo o recorde nos 200 metros rasos.
Ciclismo
No ciclismo, recentemente, vimos a atleta Hannah Arensman desistir da carreira depois de perder um dos torneios mais relevantes da categoria feminina para a atleta trans Thiffany Thomas. Hannah disse que perdeu a motivação: “O corpo de um homem sempre vai ter mais vantagem que o da mulher, não importa o quanto ela treine.”
De acordo com a literatura, as diferenças fisiológicas e morfofuncionais entre homens e mulheres determinam o êxito do desempenho físico masculino. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME), os homens possuem maior massa muscular em termos absolutos e relativos (quando dividida pelo peso corporal total), enquanto as mulheres apresentam maior percentual de gordura corporal, ocasionando menor eficiência termorreguladora em ambientes quentes. O volume das fibras musculares é maior nos homens. A diferença aeróbia entre os gêneros é de 10 a 20%.
As diferenças antropométricas entre homem e mulher interferem diretamente na força muscular.Em geral, a força muscular da mulher equivale a 63,5% da força do homem.
A força muscular da parte superior da mulher equivale a aproximadamente 55% da do homem.Na parte dos membros inferiores a força da mulher equivale a 71,9%da força do homem.
De acordo com a pesquisadora Joanna Harper, do Providence Portland Medical Center, nos Estados Unidos, a diminuição da testosterona é suficiente para igualar as competidoras transexuais às mulheres biológicas, chamadas de cis. O teste de monitoramento da testosterona seria satisfatório para provar que as atletas podem competir juntas. “Terapia hormonal para mulheres trans normalmente envolve um bloqueador de testosterona e um suplemento de estrógeno. Quando os níveis do ‘hormônio masculino’ se aproximam do esperado para a transição, a paciente percebe uma diminuição na massa muscular, densidade óssea e na proporção de células vermelhas que carregam o oxigênio no corpo”, diz Joanna.
Infelizmente, não é o que vimos em todas as modalidades de que tomamos conhecimento. A performance e desenvoltura de alguns atletas trans saltam aos olhos. A tentativa de inclusão pode acabar virando uma exclusão. A ciência entra em cheque. É preciso cautela e estudo. Cautela para que o desporto feminino e suas conquistas não sejam perdidas, e estudo para comprovar por meio da Ciência o que os nossos olhos estão enxergando. Modalidade a modalidade. Individualmente. A discussão precisa aumentar, para que a verdadeira Inclusão, de fato, possa acontecer. Quem sabe, criando-se uma categoria independente para as atletas trans.
Fernanda, sempre focada nas causas em favor da família e da justiça .
Excelente explanação, só não entende quem não quer, que mundo é esse que estão querendo reinventar? Ainda bem que temos pessoas como você para seguir nessa luta contra essa “nova ordem”. Deus lhe proteja.
Parabéns por se manifestar. Como é possível ainda termos que justificar q 2 + 2 =4???