Nem bem chegou a época de sentarmos todos nas quadras das escolas de samba e comermos uma boa feijoada ao som dos sambas concorrentes e o carnaval do Rio nos brinda com mais uma surpresa: um possível fim dos tripés “trambolhão” nas comissões de frente.
O uso de tripés – que já tem tamanhos às vezes maiores que carros alegóricos – sempre gerou muitos questionamentos. O que chama atenção? A dança, a indumentária ou grandiosas construções alegóricas recheadas de painéis de led, tecnologias e tudo mais que o dinheiro pode comprar?
Os saudosistas, mais antigos, vão sempre lembrar da época que as comissões eram na cara e na coragem. Fábio de Melo pela Imperatriz Leopoldinense que o diga. De 1992 até 2005 não foi necessário usar nenhum tripé para entrar na história. Aos que possam não lembrar, é dele a dos leques em 1994 e também a famosa comissão dos pianos de 1997. Em 1999, Carlinhos de Jesus também nos brindou com uma emocionante comissão na Mangueira usando apenas aquilo que deveria ser o mais importante: o corpo de bailarinos, dança e indumentária.
Ao que tudo indica esse deve ser um dos próximos temas da plenária das escolas de samba tendo já apoio de boa parte das escolas da liga. A justificativa seria mais espaço dentro dos barracões, já que os tripés ocupam uma parte significativa, quando gigantes. Mas há quem diga que é também uma forma de baratear o desfile já que nos anos recentes algumas comissões chegaram a cifra de 1 milhão de reais.
Para esse colunista, a mudança é bem vinda. Há algum tempo o quesito vem sofrendo com a dificuldade de ter o efeito “uau”. Além disso, foi comum nos últimos anos comissões de frente que se destacaram além do previsto e contaminaram outros quesitos do desfile, fazendo as vezes que desfiles com alguns problemas ficassem mais bem posicionados do que deveriam após a quarta-feira de cinzas.
Seja qual for a decisão do Olimpo Carnavalesco, uma coisa é certa: o carnaval de 2025 pode se tornar um verdadeiro divisor de águas da história recente dos desfiles. Após a tão polêmica mudança para três dias de desfile e o fechamento de notas no mesmo dia, uma mudança dessas pode impactar a festa – e a disputa!