Luiz Felipe: O futebol e a Segurança Pública

Tentar garantir um convívio pacífico com o menor transtorno possível para turistas e moradores não seria plausível sem medidas prévias diferenciadas, em um planejamento que levasse em conta as características e fatores do momento

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Maracanã, Imagem gerada por Inteligência Artificial, Prompt Designer: Gabriel Subtil
Maracanã, Imagem gerada por Inteligência Artificial, Prompt Designer: Gabriel Subtil

Política e paixões futebolísticas à parte, as autoridades estaduais e municipais acertaram ao tomarem providências firmes quanto à chegada de milhares de torcedores argentinos à nossa cidade. A obrigação legal de eficiência dos gestores públicos passava necessariamente pela antecipação de fatos e a previsão de cenários futuros.

Eram coisas bem diferentes: a previsão de um Maracanã lotado, com quase 79 mil lugares, receber milhares de torcedores cariocas para um FLA x FLU; e, ontem, ter recebido a final da Libertadores das Américas, com a partida Fluminense x Boca Juniors. Foram vendidos 30 mil ingressos aos argentinos e a metrópole carioca fervilhava em ebulição com quase 100 mil turistas que se concentraram no cinturão turístico da cidade do Rio. O fator relevante – segurança pública – era igual, mas as circunstâncias e as inferências diferentes.

Tentar garantir um convívio pacífico com o menor transtorno possível para turistas e moradores não seria plausível sem medidas prévias diferenciadas, em um planejamento que levasse em conta as características e fatores do momento. A escala de mais policiais e guardas municipais, mais controladores de trânsito, mais agentes de fiscalização e o aumento da guarnição de outros serviços públicos eram essenciais para garantir os direitos da população e dos visitantes.

É evidente que a segurança foi a maior preocupação. Problemas ocorreram – decerto – antes e depois do jogo, independentemente da conquista dos tricolores. Mas, fora o entrevero de torcidas na Praia de Copacabana, que funcionou como um teste para o planejamento já fechado, o sábado dos cariocas transcorreu sem mais surpresas. A atenção e a atuação redobrada do Poder Público, com certeza, fez com que o potencial de conflitos diminuísse sobremaneira. E foi isso que ocorreu.

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Convém ressaltar que, em qualquer turba de torcedores que formos analisar, haverá sempre os mais exaltados e até os “valentões” que viam na peleja final da Libertadores uma boa oportunidade de extravasar sua violência. Não havia como evitar! É da condição humana. Se somarmos a esse fator o parâmetro “consumo de álcool”, chegava-se a uma equação mais preocupante ainda, pelos resultados e imprevistos que poderiam advir dos exageros etílicos de muitos torcedores. Porém, as autoridades, mais uma vez, acertaram ao reproduzir o esquema de barreiras para os torcedores com ingressos terem acesso ao estádio.

Avaliar e pôr nas ruas do Maracanã uma grande operação de ordenamento urbano para impor regras de conduta num evento gigantesco (em público envolvido) não era das tarefas mais fáceis. Todo um aparato de fiscalização municipal foi planejado e mobilizado pela Secretaria de Ordem Pública da Prefeitura, e, desde de sexta-feira, já estava em execução. Zelar e criar condições propícias, na estruturação e planejamento operacional, para otimizar resultados positivos na tutela da segurança pública, fez todo o sentido. Esta era uma decisão técnica, precavida e adequada que se impunha ao Prefeito do Rio. E ele a tomou!

Nada mais pertinente do que inibir a concentração prévia de ambas as torcidas pela proibição de consumo de álcool no entorno do Estádio Mário Filho. A Prefeitura do Rio, coerente e tempestivamente, ao atender solicitação da Polícia Militar, publicando o Decreto nº 53.416, que proibiu também, além do consumo, a comercialização de bebidas alcoólicas em diversas ruas de acesso no entorno do Maracanã, contribuiu incisivamente para que torcedores chegassem àquela região tão somente para adentrar o Maracanã. Evitaram-se, assim, aglomerações desnecessárias de torcedores em bares, restaurantes e no comércio ambulante local.

Essa cooperação operacional, entre Estado e Prefeitura do Rio, foi fundamental para o sucesso da final da Libertadores das Américas e para garantir mais segurança ao Rio.

Mesmo que a medida de proibição do consumo de álcool não tenha agradado aos torcedores, ela deve ser sempre bem recebida e entendida por todos, quando da realização de eventos dessa magnitude. Analisando o desenrolar de todo o planejamento das autoridades, devemos, necessariamente, atribuir o devido reconhecimento do golaço operacional conjunto do poder público. É disso que precisamos em nossa cidade!

A festa esportiva e a taça são do Rio! Só vale a pena sermos campeões quando torcemos em paz.

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