Após explicar que o “vulcão” de Nova Iguaçu é na verdade uma câmara magmática, o DIÁRIO DO RIO conversou com uma geógrafa sobre o Maciço de Itaúna, que é conhecido como o vulcão de São Gonçalo.
Débora Rodrigues Barbosa, geógrafa e docente da Universidade Estácio de Sá, explicou que também não se trata de um vulcão: “os corpos rochosos dos maciço Mendanha, Itaúna e da Ilha de Cabo Frio têm características geológicas, litológicas e petrográficas comuns. Ou seja, se em Nova Iguaçu não é vulcão exposto, também não é em Itauna. Fazem parte de uma antiga câmara magmática”.
Uma câmara magmática alimenta dutos que chegam até os vulcões, permitindo a liberação da lava. Com a abertura do Oceano Atlântico, houve a formação de um conjunto de linhas de fraqueza no Sudeste, que permitiu esse extravasamento do magma.
A geógrafa explicou que, de fato, a estrutura geológica da região foi definida como um vulcão em estudos mais antigos, mas com o avanço da tecnologia, novas pesquisas mostraram se tratar de uma câmara magmática.
“Assim como em Cabo Frio e no Mendanha, em Itauna, as rochas foram interpretadas por trabalhos anteriores (Klein & Vieira, 1980; Klein, 1993; Klein et al., 1999;
Silveira et al., 2005) como sendo depósitos extrusivos, ou seja, que foram até a superfície e depois solidificados com o resfriamento (lava quando resfria), o que poderia significar vulcões extintos“, disse.
Ela ainda completou: “a distribuição em áreas limitadas, os contatos subverticais de forma intrusiva (magma resfriando dentro da rocha) afirmam que essas rochas não são constituintes de depósitos de fluxo piroclástico (vulcão explodindo e lançando materiais, os piroclásticos), mas sim, de preenchimento de condutos e fissuras subvulcânicos, ou seja, dentro da câmara magmática”.
Débora ainda esclareceu que não há chance de um dia ser um vulcão ativo. “Ele nem era vulcão”, ressaltou