Um dos grandes nomes da música erudita brasileira, o pianista, maestro e compositor pernambucano Marlos Nobre completa 85 anos de idade neste domingo (18/02). Para celebrar a data, a Rádio MEC exibirá programas que irão passear pela vida e a obra do maestro que iniciou seus estudos musicais no Recife, aos 5 anos de idade, no Conservatório Pernambucano de Música. Nobre foi o primeiro brasileiro a reger a Royal Philarmonic Orchestra de Londres, em 1990.
O artista também foi regente outras importantes filarmônicas, como a Orchestre Philharmonique de l’ORTF em Paris; l´Orchestre de la Suisse Romande; l’Orchestre de l’Opéra de Nice, France; Orquesta Filarmónica del Teatro Colón, em Buenos Aires; Orquestra Sinfónica no México; Orquesta Sinfónica de Cuba. Foi professor visitante da Universidade Yale, da Juilliard School, da University of Texas e da Indiana University.
Nobre dirigiu o Instituto Nacional de Música da Fundação Nacional das Artes (Funarte), em 1976. Presidiu o Conselho Internacional de Música da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris, entre 1985 e 1987. Em 1988, passou a dirigir a Fundação Cultural de Brasília. Ocupa a cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Música e é diretor musical e regente titular da Orquestra Sinfônica do Recife.
Em 2005, recebeu por unanimidade o Prêmio Tomás Luís de Victoria da Sociedad de Derechos de Autor (SGAE), em Madrid, Espanha, concedido por unanimidade pela primeira vez em sua história. Na entrega do prêmio, foi lançado na Espanha o livro Marlos Nobre: El sonido del realismo mágico, de Tomás Marco, editado pela Fundación Autor de Madrid. Nobre também foi Diretor Musical da Rádio Mec, função que exerceu durante décadas. Na atualidade, Marlos Nobre continua a ser requisitado como jurado em concursos de composição internacionais.
Legado também no cinema
Ao longo de sua carreira, Marlos Nobre compôs trilhas que fizeram parte de premiados filmes brasileiros, como O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha, de 1969. Nesse caso, foram usadas as peças já prontas do maestro Ukrinmakrinkrin e Rythmetron. Em Os Inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade, de 1972, está presente a obra orquestral Mosaico, de Marlos Nobre.
Entre as criações mais recentes do compositor, o destaque vai para o concerto para violoncelo e orquestra, de 2019, executado pelo músico Antônio Menezes, durante as celebrações pelos 80 anos do maestro.