Por André Delacerda
Havia uma propaganda na década de 90 da Semp Toshiba que tinha como slogan “os nossos japoneses são melhores do que os outros”, mas o que tem haver essa propaganda com este post? Você pode está a se perguntar. Parafraseando, podemos dizer que “a terra do sol nascente carioca é tão criativa quanto a terra do sol nascente de lá”.
Neste post vamos mostrar que a pesquisa cientifica carioca dar bons resultados no campo dos meios de transportes mais inteligentes, graças ao empenho de pesquisadores do Laboratório de Aplicações de Supercondutores (LASUP) da COPPE, em parceria com a Escola Politécnica e o Instituto de Física da UFRJ, que há 10 anos vem trabalhando arduamente na concretização de um projeto que poder trazer benefícios para o transporte no Rio, bem como colocar o país na vanguarda mundial, ao lado de países como Japão e Alemanha, que já detêm a tecnologia de levitação de veículos sobre trilhos.
O Maglev-Cobra, ou Trem de Levitação Magnética está próximo a se tornar uma realidade. Este deverá transportar passageiros, pelo menos na Ilha do Fundão onde o projeto deverá ser testado.
Segundo o professor Richard Stephan, um dos coordenadores do Maglev-Cobra em entrevista ao site da Coope, este veículo poderá substituir parte da frota de ônibus que circula no campus da cidade universitária, com a vantagem de ser mais rápido e não poluente.
“Esta será uma oportunidade para mostrar as pessoas que o veículo é seguro, eficiente e pode vir a ser uma boa alternativa para centros urbanos.”
A idéia deve ser desenvolvida em etapas. Inicialmente em fase de testes, o trem percorre um trecho de 100 metros, sendo o veiculo será composto por módulos de 1 metro de comprimento. Posteriormente pretende-se ampliar para 4 km o trajeto na Cidade Universitária com o aumento da capacidade de transporte para 254 passageiros por viagem. Numa fase posterior, a mais ambiciosa, os pesquisadores propõem transportar passageiros no trecho entre os Aeroportos Internacional do Galeão e o Santos Dumont, com estações ao logo do trajeto, na Ilha do Fundão, Rodoviária Novo Rio, Praça Mauá e Praça XV, e ainda com possibilidade de conexão com o metrô na Cinelândia.
Para quem deseja entender melhor essa tecnologia, os pesquisadores explicam:
“ela é baseada na formação de um campo magnético de repulsão entre os trilhos e os módulos de levitação (pastilhas supercondutoras que substituem as rodas e são compostas de ítrio, bário e cobre). Para criar este campo magnético, o que faz o trem levitar, os cientistas resfriam os supercondutores a uma temperatura negativa de 196º C, utilizando Nitrogênio líquido.”
O Maglev-Cobra tem uma serie de vantagens. A primeira é de ser um veículo não poluente e segundo seus criadores, é econômico tanto no consumo de energia, quanto no custo de construção. Um exemplo disso, é baseado nos cálculos de construção do metrô subterrâneo que tem o custo de R$ 100 milhões por km, já o trem de levitação carioca terá um custo de cerca de R$ 33 milhões, o que corresponde a um terço do valor.E as vantagens do nosso trem de levitação carioquinha não param por ai, o consumo de energia do Maglev-Cobra é de apenas 25kj – unidade de medida da quantidade de energia gasta para transportar cada passageiro-, enquanto a de um ônibus é de 400 kj. Outra vantagem se dar no sistema de refrigeração que se concentra no ponto de embarque e no interior do veículo. Ao contraria de outros sistemas como o metrô, este consume menos energia, pois não desperdiça o ar para áreas que dispensam a refrigeração como os túneis, o que normalmente gera muito consumo de energia para se dar bem estar ao usuário dos trens convencionais.
É torcer para que o projeto ganhe forma e que daqui a alguns anos possamos desfrutar de um transporte de massa eficiente no Rio, e é claro, que nos dê orgulho, já que este projeto do Maglev-Cobra nasceu em laboratórios de tecnologia carioca.
Acompanhem o vídeo ilustrativo do projeto.