Maria da Graça Borges já se passou por jornalista do DIÁRIO DO RIO para participar de uma festa organizada pela empresa Itabus, no Hotel Windsor Excelsior, em Copacabana, na Zona Sul carioca. Mas foi descoberta por um colega da imprensa que conhecida todo mundo do jornal e avisou a redação que a mulher usava um cartão de apresentação do veículo, com o seu nome imprenso e apresentando-se como jornalista da casa.
Apesar de descoberta pela equipe, Maria da Graça foi bem-sucedida na sua atuação como penetra, tendo participado normalmente do evento, como costuma fazer há muito tempo. Pois é, a mulher é uma penetra profissional e com larga experiência no mercado dos eventos sociais.
A bola da vez foi o requintado restaurante Xian, localizado no Bossa Nova Mall, na Avenida Almirante Silvio de Noronha, 365, no Centro do Rio. Com uma vista fabulosa e uma gastronomia de primeira, o Xian não é um ambiente para a maioria.
Com a expertise desenvolvida ao longo do tempo, Maria da Graça é tudo, menos maioria. Em entrevista concedida à Revista Piauí, em 2005, ela disse que já havia entrado sem convite em 498 eventos. Vinte anos de depois esse número deve estar na estratosfera.
Como na vida não dá para ter sucesso sempre. Nesta segunda-feira (31), a maior penetra do Brasil foi convidada a se retirar de uma disputada festa corporativa realizada no Xian. Funcionários que faziam a segurança da casa pediram para que ela se retirasse do local, o que foi prontamente atendido por Maria da Graça, que tem na discrição uma ferramenta de atuação.
Maria da Graça já é conhecida da imprensa, tendo sido retratada em inúmeras matérias. Há quem diga que ela já é uma celebridade no disputadíssimo meio dos penetras. Mas a fama para esse tipo de ator social é uma denúncia, por isso, Maria da Graça tem sido convidada a se retirar dos eventos aos quais comparece como penetra ao ser reconhecida.
Na entrevista concedida à Piauí, ela comentou que no mundo dos penetras, pessoas muito chamativas não têm muito sucesso. “Quando você é loira, alta e magra, é impossível não ser percebida. Os maiores penetras do Rio são os gays, que se vestem de terno, andam em grupo e parecem chiques, e as velhinhas aposentadas”, contou ela ao veículo, acrescentando que não gosta de ser chamada de “penetra”, acha vulgar.
Maria da Graça prefere “festeira”, condição que exige o respeito a algumas regras: nunca encarar um segurança; estufar o peito e entrar com segurança no ambiente fingindo que fala ao celular; estar sempre bem-vestida, mas de maneira discreta. Homens devem usar terno preto e mulheres, tubinho preto – chamam menos atenção; se a segurança na porta principal for reforçada, a entrada de emergência é a ideal, mas a porta da entrega de bebidas ou a dos funcionários são opções; e por fim, perder-se na multidão, ser mais um na fauna local. Maria observou que, em geral, as pessoas que trabalham nas festas não conseguem fiscalizar todos os convites. Aí é o momento ideal para ação-penetra.
Como “festeira” experiente, Maria da Graça quando é convidada a se retirar de algum evento agradece e vai embora, adotando uma postura resiliente diante do constrangimento. Ossos do ofício!
Apesar da agenda agitada, Maria da Graça é cuidadosa ao escolher os eventos no quais pretende entrar sorrateiramente. Ela só tenta entrar quando o evento é em lugar público, nunca em festas particulares ou de famosos, “Isso é invasão de privacidade”, afirmou também à Piauí, à qual revelou que começou a entrar em eventos sem convite para quebrar o tédio da vida de dona de casa.
Em 2022, Maria da Graças cruzou novamente com o DIÁRIO DO RIO, desta vez no workshop do “Aliança Centro”, que teve participação do prefeito Eduardo Paes. A festeira não usou o cartão do jornal, mas fotografada por, Rafa Pereira, que trabalha no jornal. Maria já é uma celebridade entre nós. A dona de casa não mão é mais um mulher comum, se celebrizou e não é mais um rosto na multidão.