Hoje, dia 7 de junho, é comemorado o Dia Mundial da Segurança de Alimentos, uma data que visa promover discussões a respeito da origem e da qualidade dos alimentos que consumimos. Em 2022, o tema da campanha é “Alimentos Seguros, Melhor Saúde”.
No contexto brasileiro, a data traz à tona não só a discussão sobre a qualidade dos produtos que alimentam as famílias do país, mas também sobre a disponibilidade de alimentos para todos. Trata-se do tema da insegurança alimentar, que recentemente vem sendo debatido mais frequentemente em decorrência de uma série de levantamentos de dados que sugerem o aumento da fome no Brasil.
O Instituto Rio21 analisou dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, mais especificamente sobre o Estado Nutricional (isto é, baixo peso e excesso de peso) de crianças entre 0 e 10 anos na cidade do Rio em comparação com todo o Estado. Também foram analisados dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada pelo IBGE entre 2017 e 2018 e cujo relatório faz uma análise da segurança alimentar no Brasil. Nesse caso, nos atentamos para a região Sudeste.
Mais da metade da população do estado do Rio de Janeiro entre 0 e 10 anos com baixo peso é carioca – a cidade do Rio registra 10855 casos. Segundo os registros do SISVAN, são mais de 21 mil crianças nessa situação em todo o estado:
O número de crianças classificadas com excesso de peso é praticamente seis vezes maior que o número de classificadas como baixo peso, tanto na cidade quanto no estado. O padrão, no entanto, se repete – mais da metade dessa população em todo o estado está na cidade do Rio:
No que se refere à insegurança alimentar, os dados disponibilizados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares indicam uma situação crítica. Mais de 30% dos domicílios particulares da região Sudeste apresentavam algum grau de insegurança alimentar entre 2017 e 2018:
Os números são preocupantes na medida em que indicam que uma parcela significativa da população não vive adequadamente no que diz respeito à qualidade da alimentação, o que implica uma série de problemas de desenvolvimento, em especial em crianças. Mesmo a insegurança alimentar em situação “leve”, segundo a classificação da pesquisa, já compromete a qualidade dos alimentos consumidos no domicílio. No contexto da pandemia de Covid-19, em que houve perda de emprego e renda das famílias, a situação pode ter se agravado.
É urgente que a temática da insegurança alimentar se insira no debate público de forma mais frequente e que os atores competentes sejam mais assertivos e propositivos com medidas que visem amenizar a situação crítica que algumas famílias lidam na cidade do Rio