Mais de 100 mil mulheres foram vítimas de violência no Estado do Rio, em 2021, segundo ISP

Segundo o Dossiê Mulher 2022, os registros de violência psicológica também aumentaram, perfazendo um total de 36.795 casos

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Reprodução: Internet

O Dossiê Mulher 2022, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), verificou que mais 100 mil mulheres foram vítimas de violência no Estado do Rio de Janeiro, em 2021. O documento foi apresentado aos integrantes da CPI da Violência Cibernética contra Mulheres, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), na última quinta-feira (29). O ISP ressalva, no entanto, que o dossiê nem de longe representa a realidade das mulheres fluminenses, uma vez que muitas vítimas de agressão não denunciam os seus algozes.

A pesquisa verificou também que os registros de agressões psicológicas ultrapassaram os das agressões físicas, perfazendo um total de 36.795 casos, em 2021. O instituto acredita que também possa haver inúmeros casos não notificados.  

“Os dados foram levantados a partir de queixas registradas pela Polícia Civil e sabemos que muitas mulheres, por medo, acabam não denunciando, por isso, esse número é só um recorte. Mas queremos ter um retrato melhor dos crimes virtuais, que com a pandemia e o uso mais frequente da internet também aumentou”, afirmou a coordenadora do ISP Mulher, Elisângela Oliveira, lembrando que os casos de crimes virtuais contra mulheres também têm registrado acréscimo. Para a coordenadora, a união com o Governo Federal ajudará a melhorar a base de dados da instituição, que trabalha coletando dados do 190, da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) e dos Centros de Referências.

A presidente da CPI, a deputada Martha Rocha (PDT), salientou que cabe ao sistema de segurança do Estado criar ferramentas facilitadoras das denúncias, sem que a vítima precise ir à delegacia.

“Quando uma mulher comparece à delegacia, ficamos sabendo do fato daquele dia, mas provavelmente outros ocorreram anteriormente. Então, facilitar esse processo é uma ação fundamental para que ela registre sempre. Temos que olhar para o futuro e ver uma nova realidade em que a gente possa usar a tecnologia a favor da mulher”, destacou a deputada, ressaltando que, apesar dos bons resultados do registro on-line, é necessário elaborar ferramentas para fazer todo processo virtualmente.

Já a delegada Natacha Oliveira, especialista em crimes de internet, explicou que, atualmente, os crimes mais comuns são os patrimoniais e fraudes, violência psicológica e de perseguição. Ela também ressaltou que é necessário melhorar a qualificação dos policiais, além de aumentar o efetivo, que é insuficiente.

“É preciso que haja uma renovação dos quadros públicos, como também a permanente capacitação tecnológica desses servidores para que eles possam incrementar as investigações associadas ao uso das tecnologias. Os crimes no ambiente digital têm consequências imediatas e reais, e podem resultar muitas vezes em suicídios ou processos depressivos”, alertou a delegada.

As informações são do site Agenda do Poder.

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